Robson Sampaio de Almeida foi declarado como Patrono do Paradesporto Brasileiro. A Lei 15.238 que foi sancionada pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, foi publicada nesta sexta-feira (24) no Diário Oficial da União (DOU).
O alagoano foi um dos pioneiros do Movimento Paralímpico no Brasil e participou da conquista da primeira medalha brasileira em Jogos Paralímpicos, no ano de 1976 em Toronto (Canadá). Uma prata na modalidade Lawn Bowls, antecedente da bocha praticada na grama, que foi obtida ao lado de Luiz Carlos.
Em depoimento ao programa Caminhos da Reportagem, da TV Brasil, a doutora em Educação Física na área de Atividade Física Adaptada Michele Barreto relatou que esta medalha foi conquistada em um momento no qual o movimento paralímpico ainda dava seus primeiros passos: “Naquele momento, como a ideia era a participação [do Brasil nos Jogos], a organização dos Jogos não era tão rígida. A prioridade de permitir a participação era o mais interessante. Então os atletas brasileiros, e ouvi isso do próprio atleta medalhista Luiz Carlos, não conheciam a modalidade Lawn Bowls. Eles foram para competir na natação e no basquete, modalidades que até então eram desenvolvidas no país, e chegando lá eles viram o jogo. Existia um kit específico de Lawn Bowls que os atletas do Brasil não tinham, e pegaram emprestado e trouxeram a primeira medalha de prata do Brasil”.
Robson conheceu o basquete em cadeira de rodas durante processo de reabilitação nos Estados Unidos e fundou, ao lado do técnico Aldo Miccolis, o Clube do Otimismo, no Rio de Janeiro em 1958. A organização foi criada dois anos antes da primeira edição dos Jogos Paralímpicos, em Roma (Itália) em 1960, ainda sem a participação brasileira.
O Patrono do Paradesporto Brasileiro também fez parte da primeira delegação do Brasil em Jogos Paralímpicos, em Heindelberg (Alemanha), nas disputas do basquete em cadeira de rodas e do atletismo.
As inscrições gratuitas para o vestibular indígena da Universidade de Brasília (UnB) de 2026 podem ser feitas a partir desta sexta-feira (24) e seguem até às 18h de 7 de novembro (horário de Brasília).
O processo seletivo é destinado a selecionar exclusivamente candidatos indígenas. O vestibular indígena é resultado de um acordo de cooperação técnica entre a UnB e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). A iniciativa tem o objetivo de promover o acesso deste público ao ensino superior.
Os interessados devem se inscrever no site do Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe). Os candidatos que necessitarem de atendimento especializado ou desejarem utilizar nome social devem sinalizar as respectivas opções no momento da inscrição.
Vagas
Ao todo, são 154 vagas em mais de 40 cursos de graduação oferecidos pela UnB, no primeiro e no segundo semestres de 2026, entre eles direito, enfermagem, engenharias, farmácia e psicologia. As vagas estão distribuídas nos campi Darcy Ribeiro (Asa Norte), Ceilândia, Planaltina e Gama, no Distrito Federal.
Confira aqui a lista de cursos de graduação e as respectivas vagas oferecidas para o ingresso no primeiro e no segundo semestres letivos de 2026.
Quem pode participar
De acordo com o edital, esta edição é restrita a candidatos indígenas que tenham cursado ou estejam cursando o ensino médio integralmente em escolas da rede pública.
Em casos de indígenas que cursaram ou estejam cursando o ensino médio na rede privada de ensino, é necessária a comprovação de que os estudos foram ou estão sendo realizados por meio de bolsa de estudos integral ou parcial de, no mínimo, 50% do valor da mensalidade.
As vagas deste processo seletivo são destinadas a quem busca o primeiro curso de graduação, ou para quem nunca terminou um curso superior. O candidato que tiver concluído curso superior não poderá participar, em hipótese alguma, do vestibular, sob pena de imediata eliminação.
Por isso, no sistema de inscrição, o candidato deverá declarar que não concluiu a graduação em instituição de ensino superior.
A seleção para ingresso nos cursos de graduação oferecidos pela UnB abrange as seguintes fases, de responsabilidade do Cebraspe:
aplicação das provas objetiva e de redação em língua portuguesa, no dia 7 de dezembro, de caráter eliminatório e classificatório;
avaliação de documentação e entrevista pessoal, de caráter eliminatório, de 8 a 10 dezembro;
As seleções serão realizadas nas seguintes localidades: Boa Vista (RR), São Gabriel da Cachoeira (AM), Tabatinga (AM), Brasília (DF), Canarana (MT), Cabrobó (PE) e São Sebastião (AL).
O candidato deve também enviar documentos para a homologação da inscrição e anexar uma fotografia individual, tirada até seis meses anteriores à inscrição.
Se a fotografia não obedecer às especificações do edital, o candidato poderá passar por uma identificação especial, no dia de aplicação das provas.
Resultado
A divulgação do resultado final do vestibular, bem como da convocação para o registro acadêmico online em primeira chamada dos candidatos selecionados para as vagas relativas ao primeiro semestre de 2026 ocorrerá em 19 de janeiro de 2026.
Mais informações estão disponíveis na página do processo seletivo, ou podem ser consultadas na Central de Atendimento ao Candidato do Cebraspe, pelo telefone (61) 3448-0100.
Em encontro com empresários brasileiros e indonésios, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta quinta-feira (23) em Jacarta, que são muitas as parcerias promissoras entre os dois países. Ele destacou alguns setores, como o de minerais críticos e o de biocombustíveis.
Lula antecipou que, na COP30, o Brasil apresentará uma proposta de descarbonização do transporte marítimo internacional; e defenderá que se aumente em quatro vezes o uso de combustíveis sustentáveis no planeta.
Falando mais diretamente aos investidores estrangeiros, Lula disse que o Brasil apresenta, atualmente, um cenário que congrega estabilidade fiscal, jurídica, econômica e social, o que, segundo ele, garante a previsibilidade que os investidores precisam ter para saber se vale ou não à pena fazer seus investimentos.
“Isso, o Brasil faz questão de oferecer a todo e qualquer investidor que queira investir e ter seu retorno”, disse o presidente brasileiro.
Lula lembrou que, apesar de o Brasil ter apenas 30% de sua riqueza mineral devidamente mapeada, já conta com 10% das reservas mundiais de minerais críticos, essenciais para a transição energética.
“A criação de um Conselho Nacional de Minerais Críticos, vinculado à Presidência da República, será um passo para garantir a soberania”, disse.
Nesse sentido, acrescentou o presidente, a experiência indonésia de incentivar o processamento de minério bruto em seu território é um importante exemplo de como atrair investimentos e gerar empregos de maior qualidade.
“Não pretendemos reproduzir a condição de meros exportadores de commodities. Queremos agregar valor em nosso território, com responsabilidade ambiental e respeito às comunidades locais”, complementou.
Bioenergia
Lula lembrou que Brasil e Indonésia são dois dos maiores produtores de bioenergia do mundo.
“Podemos, portanto, criar juntos um mercado global de biocombustíveis. A Organização Marítima Internacional não pode adiar eternamente a decisão de descarbonizar o setor. O biocombustível de etanol é uma alternativa viável e imediatamente disponível”, argumentou o presidente.
Ao lembrar que faltam cerca de 20 dias para a COP 30, em Belém, Lula antecipou que o Brasil apresentará, durante o evento, uma proposta de quadruplicar o uso de combustíveis sustentáveis no planeta.
“Vamos mostrar que é possível promover o desenvolvimento, enfrentar a mudança do clima e proteger as florestas tropicais e sua rica biodiversidade. Podemos expandir a produção de biocombustíveis, sem derrubar uma única árvore”, disse ele ao ressaltar que “não há como preservar a natureza sem cuidar das pessoas”.
Florestas Tropicais
Lula agradeceu o apoio da Indonésia ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre, também a ser lançado durante o evento em Belém. “O Brasil fez a sua parte e já anunciou investimento de US$ 1 bilhão no Fundo”.
Segundo Lula, parte desses recursos serão usados para financiar países que mantém suas florestas em pé.
“É o caso dos oito países da América do Sul, bem como da Indonésia e do Congo, entre outros países menores”, disse.
“Se esse fundo funcionar, ninguém mais vai ficar pedindo dinheiro, como se estivesse pedindo esmola, para manter sua floresta de pé, e para evitar que o planeta tenha aquecimento acima de 1,5 grau”, disse ele ao ressaltar que o fundo vai gerar dividendos para quem investe e para quem protege o bioma, oferecendo uma alternativa de renda para quem preserva a floresta.
Segurança alimentar e facilidades comerciais
Lula reiterou também o potencial brasileiro para ajudar na segurança alimentar do povo indonésio, em especial com relação à alimentação escolar, por meio do programa Refeição Nutritiva Gratuita, desenvolvido naquele país.
Disse também que os dois países podem trabalhar para facilitar o comércio e baixar o custo dos consumidores finais.
Com relação ao setor de defesa, o presidente Lula explicou que há muito espaço para ampliar as parcerias, assim como no setor de aviação civil.
“A Força Aérea da Indonésia conhece bem as capacidades do Super Tucano. As aeronaves brasileiras de uso civil representam a melhor solução para companhias regionais — eficiência, baixo consumo e tecnologia de ponta”, argumentou o presidente brasileiro.
A Petrobras alcançou no 3º trimestre de 2025, a produção média de óleo, líquidos de gás natural (LGN) e gás natural de 3,14 milhões barris de óleo equivalente por dia (MMboed)). O volume é 7,6% acima do 2º trimestre deste ano e 16,9% acima do 3º trimestre de 2024.
“O aumento da produção se deve, em função, principalmente, do topo de produção (capacidade de projeto) da Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência de Petróleo e Gás (FPSO) Almirante Tamandaré, no campo de Búzios, e aumento da capacidade de produção do FPSO Marechal Duque de Caxias, no campo de Mero”, informou a estatal.
Além disso, segundo a Petrobras, houve crescimento gradual de produção dos FPSOs Maria Quitéria, no campo de Jubarte; Anita Garibaldi e Anna Nery, nos campos de Marlim e Voador; e Alexandre de Gusmão, no campo de Mero.
Também contribuíram para o aumento de produção a redução de perdas por paradas e manutenções e a maior eficiência operacional nas Bacias de Campos e Santos. De acordo com a Petrobras, a “eficiência realizada nos primeiros 9 meses do ano, em relação a 2024, foi cerca de 3% maior, incluindo aumento em campos com produção bastante significativa, como Tupi e Búzios”.
“Neste trimestre, entraram em operação 11 novos poços produtores, sendo sete na Bacia de Campos e quatro na Bacia de Santos”, destacou a empresa.
A esposa do ex-procurador-geral do INSS, Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, Thaisa Hoffmann Jonasson, ficou em silêncio durante quase todo o seu depoimento hoje (23) na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Dona de empresas de consultoria, ela é apontada por integrantes do colegiado como laranja do esquema de desvio de recursos de aposentados e pensionistas.
Amparada por um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Thaisa usou o direito de não responder perguntas que pudessem levá-la a uma autoincriminação. Sua advogada, Izabella Hernandez Borges, esclareceu que Thaisa não aceitaria o compromisso de dizer a verdade por figurar como investigada, inclusive por ter sido feito um pedido de prisão preventiva.
Careca do INSS
A suspeita movimentou pelo menos R$ 18 milhões oriundos do esquema. As investigações apontam que a maior parte dos recursos foi paga pelo lobista lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, que teria movimentado R$ 2 bilhões nas fraudes.
Antonio Carlos Camilo Antunes (Careca do INSS) teria movimentado R$ 2 bi nas fraudes – Linkedin/Reprodução
As empresas de Thaisa – a Curitiba Consultoria e o Centro Médico Vitacare – receberam do Careca do INSS quase R$ 11 milhões. Outra empresa da depoente, THJ Consultoria, ficou com R$ 3,5 milhões de outro núcleo do esquema baseado em Sergipe, segundo apontou o relator, Alfredo Gaspar (União-AL).
O parlamentar indicou que as fraudes consistiam na falsificação de autorização de idosos para que se tornassem mensalistas de serviços prestados por determinadas associações e sindicatos. Acordos com o INSS eram usados irregularmente para descontar automaticamente mensalidades das aposentadorias e pensões.
“É uma pena que a senhora saia desta CPMI como lavadora de dinheiro dos aposentados e pensionistas. A senhora perdeu uma grande oportunidade de mostrar que não recebeu propina para o seu marido, como procurador-geral do INSS” afirmou o relator.
Em uma das poucas respostas, Thaisa Jonasson disse ter recebido o dinheiro de três empresas do Carecado INSS como pagamento por serviços de pareceres médicos. Médica endocrinologista, a convocada afirmou que entregará à comissão documentos que comprovam os serviços prestados a partir de 2022.
“Vou dar um exemplo: se o paciente souber uma das causas da osteoporose, como a baixa massa muscular, posso tratar esse idoso com dieta adequada e exercício físico. O meu objetivo é trazer essa informação de maneira muito mais detalhada para que o idoso possa ter qualidade de vida”, explicou.
O relator da CPMI apontou reportagem que acusa Thaisa e o marido de negociarem um imóvel de R$ 28 milhões em Santa Catarina. Gaspar citou ainda relatos de que Virgílio de Oliveira Filho teria comprado um carro Porsche, entre outros veículos de luxo, após a deflagração da Operação Sem Desconto, em abril de 2025. Os valores são incompatíveis com o cargo de servidor público de Ribeiro, avaliou o deputado.
Imóvel em Camboriú
Para o presidente da CPMI, Carlos Viana (Podemos-MG), a depoente foi bem instruída pela defesa.
“Ela tem o direito de ficar em silêncio, mas os fatos já são por si só reveladores da situação: o marido procurador do INSS e comprar um dos imóveis por 28 milhões em um endereço dos mais caros do Balneário Camboriú”, disse.
Na tarde desta quinta-feira, em Brasília, a CPMI ouvirá o depoimento do companheiro de Thaisa, o ex-procurador-geral do INSS, Virgílio Oliveira Filho. As apurações indicam que Oliveira Filho, afastado do cargo por decisão judicial em abril, teria recebido R$ 11,9 milhões de empresas ligadas a associações investigadas por descontos irregulares em benefícios previdenciários.
O promotor Lincoln Gakiya e o Procurador-geral de Justiça do estado de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, defenderam nesta sexta-feira (24) a importância de coordenar esforços em nível nacional com uma agência nacional anti-máfia, estrutura que integraria os esforços das polícias e dos órgãos de fiscalização e controle, como a Receita Federal e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Em entrevista coletiva, as autoridades defenderam ainda o endurecimento da legislação contra o crime organizado, apoiando a proposta do Ministério da Justiça e Segurança Pública, a importância de uma lei que torne mais célere o processo de expropriação de bens de criminosos e a urgência de uma estrutura mais robusta e eficaz de proteção a autoridades, policiais e, principalmente, testemunhas
Gakiya afirmou ainda que o PCC é de fato a primeira máfia brasileira, pois operações nos últimos anos demonstraram suas tentativas de infiltração no poder político, em negócios lícitos e também nas estruturas financeiras, em um “patamar insustentável”.
“Eles usam estratégias de controle de território e de intimidação de autoridades”, explicou Gakiya, como formas de dissuasão.
“A maneira de se começar a sair disso é endurecer a legislação e dizer claramente à sociedade que temos condições de ser mais organizados que o crime”, disse Oliveira e Costa, para quem os poderes precisam se unir urgentemente, superando questões de ordem político-ideológica em prol da proteção de vidas.
A coletiva mostrou a posição do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) após a divulgação da Operação Recon, esforço da instituição e das polícias estaduais para prender faccionados que estavam juntando informações sobre Gakiya, e o coordenador de presídios da região oeste de São Paulo, Roberto Medina, responsável pelas unidades de Presidente Venceslau e Presidente Bernardes, onde está parte da cúpula da facção. Gakiya é hoje um dos principais promotores públicos que atuam na investigação e combate ao PCC.
Operação
Na operação foram atendidos 25 mandados de busca domiciliar distribuídos nas cidades de Presidente Prudente (11), Álvares Machado (6), Martinópolis (2), Pirapozinho (2), Presidente Venceslau (2), Presidente Bernardes (1) e Santo Anastácio (1). Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP) do estado, dois homens foram presos em flagrante por tráfico de drogas em Presidente Prudente, onde o grupo alugou uma casa a cerca de um quilômetro da residência do promotor.
“Na ação, foram apreendidos mais de 4,3 quilos de drogas, quatro veículos, um simulacro de arma de fogo, 30 munições calibre .380, bem como R$ 7,6 mil em espécie. Equipamentos eletrônicos e anotações também foram recolhidos para contribuir com as investigações”, afirmaram em nota.
Segundo o MP-SP os criminosos já haviam identificado, monitorado e mapeado os hábitos diários de autoridades, “num plano meticuloso e audacioso que demonstrava o grau de periculosidade e ousadia da organização”. Gakiya afirmou, inclusive, que sua casa foi sobrevoada por drones há três semanas.
De acordo com o Ministério Público, a célula operava sob rígido esquema de compartimentação, no qual cada integrante desempenhava uma função específica, sem conhecer a totalidade do plano, o que dificultava a detecção da trama. A sofisticação do grupo incluía a divisão entre informantes e executores, os últimos fazendo parte de um grupo de elite chamado de sintonia restrita, responsável pelos atentados contra autoridades e policias e por resgates.
Membros desse grupo já atuaram no assassinato de agentes penitenciários do Paraná e estavam envolvidos nos planos de ataque contra o senador Sergio Moro. Segundo Gakiya há suspeitas de que o grupo tenha atuado no assassinato do ex-delegado geral de polícia Ruy Ferraz, em 15 de setembro. A polícia já prendeu oito suspeitos de envolvimento neste caso, o último na terça-feira (21).
O Ministério Público Federal (MPF) informou nesta sexta-feira (24) que apresentou recurso ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) contra a decisão que manteve o resultado do leilão de blocos exploratórios de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas e a concessão de licença de pesquisa para eventual exploração.
Na última segunda-feira (20), a Petrobras obteve a licença do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para iniciar a operação de pesquisa exploratória na Margem Equatorial.
Segundo o MPF, os leilões que antecederam o processo de autorização para a licença de exploração necessitam do Estudo de Impacto Climático (EIC), a Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS), além da consulta prévia a comunidades indígenas.
“O MPF argumenta que a ausência dos estudos e da consulta na fase pré-licitatória é uma grave ofensa ao ordenamento jurídico e aos compromissos internacionais assumidos pelo Brasil”, afirmou o órgão.
De acordo com a Petrobras, a sonda exploratória se encontra na região do bloco FZA-M-059 e a perfuração está prevista para começar “imediatamente”. O poço fica em águas profundas do Amapá, a 175 quilômetros da costa e a 500 quilômetros da foz do rio Amazonas.
A perfuração dessa fase inicial tem duração estimada em cinco meses, segundo a companhia. Nesse período, a empresa busca obter mais informações geológicas e avaliar se há petróleo e gás na área em escala econômica. “Não há produção de petróleo nessa fase”, frisou a Petrobras em comunicado.
O Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR) julgou nesta semana um caso de racismo ocorrido no último dia 4 de outubro, em partida entre Batel e Nacional, pela Taça da Federação Paranaense de Futebol. O jogador do Nacional Paulo Victor, o PV, que foi chamado de “macaco” pelo adversário, foi punido com a suspensão de dez jogos. Já o agressor, Diego Gustavo de Lima, do Batel, ficará sete jogos sem jogar.
Após a injúria, PV reagiu e deu um soco em Diego. Ele ainda foi acusado de cuspir no jogador, o que lhe rendeu a punição total de dez jogos. Pela ofensa, Gustavo ficou com a punição de sete jogos afastado. O jogador que ofendeu o colega teve o contrato rescindido, e não joga mais pelo Batel de Guarapuava.
Em pronunciamento nas redes sociais, PV disse não entender por que teve uma punição mais severa do que seu agressor.
“Meu sentimento já era de impotência, agora ainda mais. Não me senti amparado e queria entender realmente essa sentença de pegar mais jogos do que quem cometeu o crime”, argumentou.
Confira reportagem sobre o caso no Repórter Brasil Tarde, da TV Brasil:
A Câmara Legislativa promoveu, nesta sexta-feira (24), o seminário “Políticas públicas possíveis e necessárias para reintegração familiar”. O evento reuniu especialistas em direitos da criança e do adolescente, representantes do Poder Judiciário, Ministério Público, associações e organismos internacionais para debater sobre a prevenção da institucionalização de pessoas com menos de 18 anos.
A medida consiste no afastamento temporário de uma criança ou adolescente de sua família e da comunidade para acolhimento em instituições, como abrigos, por determinação judicial ou do Conselho Tutelar.
A realização do seminário foi uma iniciativa da presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, deputada Paula Belmonte (Cidadania). “Nós queremos fazer uma provocação ao Distrito Federal, ao Poder Executivo, para que possamos pensar em alternativas para fortalecer esse tema tão importante”, destacou a deputada.
Belmonte também é presidente da Frente Parlamentar da Primeira Infância, entre outras frentes da Câmara Legislativa relacionadas à proteção e ao cuidado com os mais jovens. Ela encerrou o evento reafirmando o “compromisso como parlamentar e, principalmente, como mulher e mãe, para que Brasília seja uma referência de políticas públicas”.
Famílias extensas
Pesquisadores abordaram osimpactos sociais da atuação da família extensa, definida como o conjunto de parentes próximos da criança ou adolescente — como avós, tios, irmãos maiores de idade ou outros familiares com vínculo afetivo — que podem assumir a guarda em situações de afastamento dos pais, oferecendo cuidado e proteção dentro do ambiente familiar ampliado.
Debateram ainda o contexto das famílias acolhedoras, que são pessoas ou núcleos familiares sem parentesco com a criança, previamente cadastrados, capacitados e acompanhados pelo Estado para oferecer acolhimento temporário em ambiente familiar, como alternativa ao acolhimento institucional, até que seja possível a reintegração à família biológica ou outra solução definitiva.
No primeiro painel do seminário, Meredith Kiraly, pesquisadora da Universidade de Melbourne, na Austrália, apresentou um histórico das experiências daquele país com o acolhimento infantil. Segundo ela, a Austrália está passando por uma transformação significativa em suas políticas, com a transição de um sistema historicamente centrado em instituições para um modelo que prioriza o acolhimento por famílias extensas e famílias acolhedoras.
Historicamente, crianças afastadas dos pais por negligência, abuso ou abandono eram direcionadas para instituições. No entanto, evidências acumuladas ao longo das últimas décadas mostram que esse modelo não atende adequadamente às necessidades emocionais e sociais das crianças.
(Foto Andressa Anholete/Agência CLDF)
Reconhecendo essas limitações, a Austrália passou a investir em alternativas mais humanas e eficazes. Hoje, uma parcela significativa das crianças em acolhimento está sob os cuidados de familiares — como avós, tios ou primos — ou em famílias acolhedoras previamente capacitadas.
A apresentação de Kiraly evidenciou três aspectos do processo: o número de crianças acolhidas por familiares extensos cresceu substancialmente nas últimas décadas; o acolhimento familiar é mais estável e menos sujeito a rupturas do que o institucional; e crianças amparadas por familiares mantêm vínculos afetivos e culturais, especialmente importantes para comunidades indígenas e migrantes.
A experiência australiana destaca, no entanto, desafios como a necessidade de políticas públicas de subsídios e benefícios sociais para famílias acolhedoras; necessidade de capacitação e suporte técnico para cuidadores e falta campanhas de conscientização sobre os direitos das crianças e o papel da família extensa. “Generalizando, podemos dizer que as crianças estão indo bem, mas os cuidadores estão sofrendo”, afirmou a pesquisadora.
Para Sérgio Marques, representante do Movimento Nacional Pró-Convivência Familiar e Comunitária, é preciso que o Brasil promova políticas públicas que garantam que as famílias cuidem dos seus filhos. Ele defende que a reintegração de menores desassistidos seja feita de forma a preservar os vínculos familiares. “É para isso que nós lutamos, para que o direito da família não seja retirado, a não ser em caso de extrema necessidade”, declarou.
Na mesma linha, representando a Comissão da Infância, Juventude e Educação (SIJE), a promotora de justiça do Ministério Público do DF (MPDFT), Rosana Viegas, argumentou que a prática da guarda de crianças e adolescentes por famílias extensas é uma realidade presente na formação histórica do Brasil, mesmo que de maneira informal.
Para ela, o apoio familiar tem sido crucial para evitar que menores sejam colocados em situação de vulnerabilidade. No entanto, segundo declarou, é preciso que haja um esforço conjunto de famílias, Estado e organizações para que o vínculo com a família biológica seja visto como prioridade.
“A gente não pode perder de vista que o direito primordial da criança é estar em sua família natural. Mesmo quando a criança vai para uma família extensa, penso que temos que fortalecer a família biológica”, pontuou.
Dados no Brasil
Um estudo conduzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), apresentado pela pesquisadora sênior Enide Rocha, lança luz sobre o papel crescente das famílias extensas na proteção de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade.
Estima-se que 7,3 milhões de crianças e adolescentes — cerca de 13,9% da população de 0 a 17 anos — vivam em famílias extensas. A maioria (81,9%) é composta por netos (as), mas há quase 1 milhão de casos envolvendo outros parentes, como tios e madrinhas, além de bisnetos e agregados. Essa diversidade reforça a necessidade de reconhecimento dessas configurações nas políticas públicas.
Segundo o Guia Internacional (2025), o cuidado por familiares próximos deve ser a primeira alternativa quando os pais não podem exercer seus papéis. A pesquisadora destaca que, “no entanto, o Brasil ainda não possui políticas específicas para fortalecer esses arranjos, que funcionam como estratégias informais de proteção social, especialmente em contextos de vulnerabilidade”.
(Foto Andressa Anholete/Agência CLDF)
O perfil dessas crianças e adolescentes revela vulnerabilidades importantes. Cerca de 60% têm entre 0 e 9 anos, faixa etária que demanda maior cuidado. Em termos raciais, 53,6% são pardos, 36,7% brancos e 8,7% pretos, evidenciando como desigualdades históricas atravessam esses arranjos.
A distribuição por sexo é equilibrada, mas os índices de escolarização preocupam: apenas 68,5% das crianças de 6 a 14 anos e 71,4% dos adolescentes de 15 a 17 anos frequentam a escola, números inferiores à média nacional.
A dimensão econômica é outro fator crítico: 65,3% vivem em domicílios com renda per capita de até um salário mínimo, o que mostra a forte associação entre pobreza e a necessidade de recorrer à família extensa como rede de proteção.
O seminário contou com várias mesas de debate, que abordaram os direitos das crianças e adolescentes de forma aprofundada. A íntegra do evento pode ser assistida pelo canal da CLDF no YouTube.
O tenista brasileiro João Fonseca, de 19 anos, avançou pela primeira vez na carreira às semifinais de um torneio ATP 500. Nesta sexta-feira (24), na Basileia (Suiça), o carioca fez uma partida de recuperação, após perder o primeiro set (3/6) contra o canadense Denis Shapovalov, ex-top 10 mundial. Fonseca reagiu e empatou o jogo, devolvendo o 6/3 na segunda parcial, e liderava por 4 a 1 o terceiro e decisivo set, quando o adversário desistiu do jogo, por conta de uma lesão no joelho direito.
Atual 46º no ranking mundial, Fonseca volta à quadra neste sábado (25), a partir das 10h (horário de Brasília), contra o espanhol Jaume Munar (42º), para buscar um vaga na final. A outra semi será entre o francês Ugo Humbert e o espanhol Alejandro Davidovich Fokina, a partir de meio-dia.
Com o resultado de hoje, o carioca deve subir para a inédita 39ª posição na próxima atualização do ranking da Associação dos Profissionais do Tênis (ATP), na segunda-feira (27). Fonseca, que iniciou 2025 na 145ºª colocação, teve a melhor colocação do ano em setembro, quando ocupou o 42ª lugar.
Esta será a segunda semifinal de Fonseca no circuito de tênis profissional. A primeira foi em fevereiro, no ATP 250 de Buenos Aires, em que foi campeão na sequência.
Luisa Stefani vai semi de duplas no WTA de Tóquio
A sexta-feira (24) também foi de classificação do tênis brasileiro às semifinais de duplas do WTA 500 de Tóquio (Japão). Ao lado da húngara Time Babos, a paulista Luisa Stefani derrotou a ex-parceira Gabriela Dabrorwski (Canadá), que jogou com norte-americana Sofia Kenin. A dupla da paulista ganhou por 2 sets a 1 (7/5, 2/6 e 10-8) e disputará a semi na madrugada deste sábado (25). A competição em Tóquio é a última de Stefani e Babos antes do WTA Finals, em Riad (Arábia Saudita), de 1º a 8 de novembro.
Nas semifinais do WTA 500 de Tóquio, Stefani (foto) e Babos terão pela frente a dupla favorita ao título, formada pela norte-americana Taylor Townsend e a australiana Ellen Perez. Jogo ocorrerá a partir das 4h30 deste sábado (25).- Divulgação/AUX Ningbo Open
“Foi um jogo duro. No primeiro set voltamos de uma quebra abaixo, aproveitamos alguns erros delas nos games de saque e terminamos jogando muito bem. Já no segundo, tivemos alguns games próximos que elas jogaram melhor e aproveitaram o momento para fechar com margem. O super tiebreak foi parelho, mas mantivemos a intenção agressiva no início dos pontos, do começo ao fim, e foi crucial para ganhar o jogo no detalhe”, analisou a brasileira após a classificação.
Para chegar à final, Stefani e Babos terão pela frente a dupla favorita ao título, formada pela norte-americana Taylor Townsend e a australiana Ellen Perez. A partir está programada para começar a partir das 4h30 (horário de Brasília) deste sábado (25).