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SP tem queda em casos de estupros e homicídios dolosos em setembro

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No mês de setembro, o estado de São Paulo apresentou queda no número de homicídios dolosos (intencionais) e estupros, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Porém, as ocorrências de furtos continuam crescendo em todo território paulista, com o registro de 47.282 casos no mês, contra 45.906 casos no mesmo mês do ano passado.

Em relação aos homicídios dolosos, o número de casos passou de 242 em setembro do ano passado para 192 ocorrências neste ano. Considerando-se o acumulado do ano, de janeiro a setembro foram contabilizados 1.819 homicídios dolosos no estado, o que representa queda de 2,2% em relação ao mesmo intervalo de 2024, quando houve 1.860 registros. 

Segundo o balanço divulgado nesta sexta-feira (31) pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, esse é o menor patamar de casos registrados desde 2001.

De acordo com a secretaria, também houve queda no número de latrocínios, que são os roubos seguidos de morte. Nesse caso, os registros passaram de 15 casos em setembro de 2024 para nove casos em setembro deste ano. De janeiro a setembro, os latrocínios tiveram queda de 22,1% em relação ao mesmo período do ano passado, somando 102 casos este ano.

Para a secretaria, a queda nos casos de homicídios dolosos e latrocínios em São Paulo é resultado “das ações integradas de inteligência e o uso de tecnologia no combate à criminalidade”.

Os estupros também registraram queda em setembro, somando 1.311 ocorrências, 26 casos a menos que no ano passado. Mesmo assim, os feminicídios continuam crescendo no estado, saltando de 173 casos para 182 no acumulado do ano. A secretaria argumenta que esse aumento pode estar relacionado à maior tipificação e classificação correta dos casos.

Fonte: Agência Brasil

Moraes se reúne com prefeito do Rio na segunda-feira

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou para a próxima segunda-feira (3), às 18h, uma reunião com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.

O encontro será após as reuniões agendadas com o governador do estado, Cláudio Castro, e outras autoridades, para tratar da Operação Contenção, que deixou mais de 120 mortos na capital fluminense.

A reunião com Castro está prevista para as 11h. Durante o encontro, o governador deve apresentar os 18 esclarecimentos solicitados pelo ministro sobre a operação.

Em seguida, o ministro se encontrará com o presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Ricardo Couto de Castro; o procurador-geral de Justiça, Antonio José Campos Moreira, e representantes da Defensoria Pública do estado.

Alexandre de Moraes é relator temporário do processo conhecido como ADPF das Favelas, ação na qual a Corte já determinou medidas para combater a letalidade policial na capital fluminense.

O ministro foi escolhido para tomar decisões urgentes envolvendo o processo, diante da ausência de um relator para o caso. A ação era comandada pelo ex-ministro Luís Roberto Barroso, que se aposentou. 

Fonte: Agência Brasil

Atlético-MG disputa final da Sul-Americana no Defensores del Chaco

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A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) anunciou nesta sexta-feira (31) que a final da Copa Sul-Americana, entre Atlético-MG e Lanús (Argentina), terá como palco o estádio Defensores del Chaco, em Assunção (Paraguai). A decisão será disputada no dia 22 de novembro a partir das 17h (horário de Brasília).

O Atlético-MG conquistou a vaga na final da competição após derrotar o Independiente del Valle (Equador) pelo placar de 3 a 1 na noite da última terça-feira (28) em Belo Horizonte.

Já o Lanús (Argentina) se credenciou para a decisão da competição após superar, na última quinta-feira (30), o Universidad de Chile (Chile) pelo placar de 1 a 0, gol do atacante Rodrigo Castillo.



Fonte: Agência Brasil

SINAL VERDE PARA O PALMEIRAS (31.10.25)

Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, é a personalidade da semana, do mês e até do ano pela forma como preparou o seu time para o jogo de volta com a LDU, do Equador. Precisando fazer 4 gols de diferença para a sua permanência no campeonato, o time orientado pelo Abel ganhou de 4X0 e vai para a final contra o Flamengo. O mérito é de toda a equipe, mas o trabalho do técnico Abel Ferreira, que se ajoelhou no gramado ao final do jogo, merece o aplauso de todos que apreciam o futebol. O Palmeiras recebe o sinal verde para seguir em frente. Palmas para ele.

Tênis: Brasil terá Stefani no WTA Finals, com abertura neste sábado

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Após três anos de espera, o Brasil volta a ter uma representante no WTA Finals, que começa neste sábado (31), em Riad (Arábia Saudita), com as melhores tenistas da temporada. No torneio de duplas, o país contará com a paulista Luisa Stefani em parceria com a húngara Timea Babos entre as oito que disputarão o título de melhor do ano. Esta é a segunda vez que uma brasileira compete no tradicional evento que marca o fim da temporada do tênis – a primeira foi a paulista Beatriz Haddad Maia, em 2022, em parceria com a cazaque Anna Danilina.

Stefani e Babos (cabeça de chave 7) terão um desafio e tanto na estreia no domingo (2). Elas enfrentarão a dupla da norte-americana Taylor Townsend com a tcheca Katerina Siniaková (cabeça de chave 2), campeã do Aberto da Austrália. O início da partida está previsto para às 13h40 (horário de Brasília).

No grupo de Stefani, intitulado Liezel Huber (homenagem à ex-tenista sul-africana, de 49 anos) também estão as duplas da canadense Gabriela Dabrowski com a neozelandesa Erin Routliffe (cabeça de chave 3) e a parceria russa de Diana Shnaider com Mirra Andreeva (cabeça de chave 3).  As demais quatro duplas estão no Grupo Martina Navratilova (confira ao final do texto todas as participantes).

Pelo regulamento, as duplas se enfrentam dentro da chave. As duas melhores irão às semifinais.

A dupla Stefani e Babos foi a sétima melhor do ano após conquistar três títulos: o WTA 250 SP Open, na capital paulista, e outros dois WTA 500 – Linz (Áustria) Estrasburgo (França). 

Torneio de simples

Número 1 do mundo e maior pontuadora do ano, a bielorrussa Aryna Sabalenka vai em busca o título inédito do Finals. Já a atual campeã, a norte-americana Coco Gauff (3ª melhor do ano) vai defender o título.  As duas estão no Grupo intitulado Steffi Graff, junto com a norte-americana Jessica Pegula (6ª) e a italiana Jasmine Paolini (7ª).

A outra chave, nomeada de Serena Williams, conta com a polonesa Iga Swiatek (2ª), a norte-americana Amanda Anisimova (4ª), a russa Elena Rybakina (8ª) que representa o Cazaquistão, e a norte-americana Madison Keys (5ª).

Assim como no torneio de duplas, na disputa de simples as tenistas de cada grupo competirão entre si. As duas melhores seguirão às semifinais.

Disputa de duplas – chaves

GRUPO LIEZELO HUBER

Taylor Townsend (EUA) e Katerina Siniaková (República Tcheca) – 2ª melhor do ano 

 Gabriela Dabrowski (Canadá) e Erin Routliffe (Nova Zelândia) – 3ª 

Diana Shnaider (Rússia) e Mirra Andreeva (Rússia) – 5ª

Luisa Stefani e Timea Babos (Hungria) – 7ª

GRUPO MARTINA NAVRATILOVA

Sara Errani (Itália) e Jasmine Paolini (Itália) – 1ª 

Elise Mertens (Bélgica) e Veronika Kudermetova (Rússia) – 4ª 

Su-wei Hsieh (Taiwan) e Jelena Ostapenko (Letônia) – 6ª

Asia Muhammad (EUA) e Demi Schuurs (Holanda) – 8ª

Disputa de simples  – chaves

GRUPO STEFFI GRAFF

Aryna Sabalenka (Belarus) – 1ª 

Coco Gauff (EUA)  – 3ª

Jessica Pegula (EUA) – 6ª

Jasmine Paolini (Itália) – 7ª

GRUPO SERENA WILLIAMS

Iga Swiatek (Polônia) – 2ª

Amanda Aninsimova (EUA) – 4ª

Elena Rybakina (Cazaquistão) – 8ª

Madison Keys (EUA) – 5ª



Fonte: Agência Brasil

Lula sanciona lei que cria o Sistema Nacional de Educação

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, nesta sexta-feira (31), em Brasília, a lei que institui o Sistema Nacional de Educação (SNE). O texto prevê a cooperação entre União, estados, Distrito Federal e municípios na formulação e implementação integrada das políticas educacionais.

Assim como o Sistema Único de Saúde (SUS) organiza esse setor, a ideia é que a educação básica do país seja organizada pelo SNE.

Em cerimônia reservada no Palácio do Planalto, Lula agradeceu o trabalho do Congresso Nacional na criação do sistema, que está previsto na Constituição, incluído por emenda constitucional em 2009, e destacou que será uma ferramenta de acompanhamento da creche até a universidade.

Além disso, segundo ele, a medida deixa claras as responsabilidades de cada ente federado, as individuais e as compartilhadas.

“A gente pode ter informações em tempo real e a gente pode fazer com que essa criança possa evoluir, que possa evoluir os educadores dentro da sala de aula, que possa melhorar a condição das escolas, ou seja, é uma cumplicidade positiva entre os entes federados para que a gente possa consagrar essa revolução na educação brasileira”, disse.

Padrão de qualidade

A meta do SNE é universalizar o acesso à educação básica e garantir seu padrão de qualidade e adequada infraestrutura física, tecnológica e de pessoal para todas as escolas públicas.

A matéria foi aprovada no Senado em março de 2022 e, em seguida, enviada à Câmara dos Deputados, onde foi debatida ao longo de três anos.

Aprovado com modificações por deputados em 3 de setembro deste ano, o texto passou novamente pela análise dos senadores e foi enviado à sanção no início deste mês.

Também estão entre os objetivos do SNE: erradicar o analfabetismo; garantir a equalização de oportunidades educacionais; articular os níveis, etapas e modalidades de ensino; cumprir os planos de educação em todos os níveis da federação e valorizar os profissionais da educação, entre outras ações. A nova lei ainda apresenta disposições voltadas para as condições específicas da educação indígena e quilombola.

Educação básica

Outro ponto do texto trata sobre o custo aluno qualidade (CAQ), que será utilizado como referência para o investimento por aluno na educação básica, considerados o orçamento de cada ente federado, as necessidades e especificidades locais, as complementações da União ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e outras complementações federais e estaduais que vierem a ser instituídas.

O secretário de Educação do Piauí, Washington Bandeira, representando o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), destacou que a sanção do SNE é um momento histórico para a educação pública do Brasil. Para ele, a partir desse sistema, as políticas educacionais deverão ser executadas com mais eficácia e eficiência.

“Eu quero parabenizá-los, presidente e ministro [da Educação] Camilo [Santana], pela gestão, por estarem realmente priorizando as principais pautas da educação brasileira para nós levarmos cada vez mais a esta referência internacional que tanto queremos, a essas melhorias para os alunos, crianças, jovens, adolescentes que estão nas escolas dos municípios e dos estados do nosso Brasil”, disse.

Alfabetização

Também nesta sexta-feira, em Brasília, o presidente sancionou lei que transforma o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada em política de Estado permanente.

“Essa é uma coisa que não poderia deixar de acontecer, porque, se as crianças não forem alfabetizadas no tempo certo, essa criança perderá tempo na escola. Às vezes, as crianças terminam o fundamental sem saber as coisas básicas que elas precisariam ter aprendido”, disse.

Em 2024, o Brasil registrou 59,2% de crianças alfabetizadas até o fim do 2º ano do ensino fundamental na rede pública. O indicador ficou abaixo da meta estabelecida no compromisso nacional, que era chegar a pelo menos 60% dos estudantes alfabetizados nesta etapa de ensino. A meta de 2025 é chegar a 64%.

Educação

O presidente Lula ainda destacou a luta dos movimentos pela educação em demandas que já poderiam ter saído do papel. “Não tem muita coisa nova [nesses projetos], são coisas que os educadores brasileiros pensam há muito tempo. Nós temos centenas de educadores que dedicaram a vida inteira tentando melhorar o nível da educação e não conseguem. Não conseguem porque muitas vezes o estado, a União e o município não cumprem com a sua função e, agora, o que nós estamos fazendo é colocar todo mundo no mesmo tacho para ferver, esquentar o pé de todo mundo ao mesmo tempo”, finalizou.

Fonte: Agência Brasil

Petrobras reduz em 1,7% preço do gás natural para distribuidoras

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A Petrobras informou que a partir de sábado (1º) irá reduzir o preço do gás natural nos contratos com as distribuidoras em 1,7% (em média) em relação ao trimestre anterior. A redução não se aplica ao preço do GLP (gás de cozinha), envasado em botijões ou vendido a granel.

 Os contratos entre a Petrobras e as distribuidoras preveem atualizações trimestrais em parte do preço da molécula do gás que está relacionado às oscilações do preço do petróleo Brent e da taxa de câmbio entre real e dólar. De acordo com a Petrobras, para o trimestre que se inicia em novembro de 2025, a referência do petróleo Brent subiu 2,18%, enquanto o real teve valorização de 3,83%.

Segundo a empresa, desde dezembro de 2022, o preço médio da molécula vendido às distribuidoras acumula uma redução de 33%. No entanto, a Petrobras ressalta que o preço final do gás natural ao consumidor não é determinado apenas pelo preço de venda da molécula, mas também pelo custo do transporte, pelos tributos federais e estaduais, dentre outros fatores. 

Fonte: Agência Brasil

Gleisi diz que políticos de direita querem EUA intervindo no Brasil

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A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais do governo federal, Gleisi Hoffmann, criticou o posicionamento de governadores de partidos de direita que, segundo ela, dividem o país e contribuem para o discurso de intervenção dos Estados Unidos em países da América Latina.

Para ela, os governadores deveriam se juntar ao governo federal na proposição de soluções que fortaleçam a segurança pública. Gleisi citou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 18, conhecida como PEC da Segurança Pública, apresentada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Congresso.

“Ao invés de somar forças no combate ao crime organizado, como propõe a PEC da Segurança enviada pelo presidente Lula ao Congresso, os governadores da direita, vocalizados por Ronaldo Caiado, investem na divisão política e querem colocar o Brasil no radar do intervencionismo militar de Donald Trump na América Latina”, disse a ministra em rede social, nesta sexta-feira.

O presidente dos Estados Unidos já tem feito movimentos militares no hemisfério sul. Ele tem posicionado navios no mar do Caribe, próximo à Venezuela, com o argumento de combater o narcotráfico. O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, tem alegado, no entanto, que os EUA querem tirá-lo do poder.

Ela comparou esses governadores ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está morando nos Estados Unidos desde março. Ele é acusado no Brasil de fomentar as sanções comerciais do governo do presidente Donald Trump contra as exportações brasileiras, a aplicação da Lei Magnisky e a suspensão de vistos dos ministros da Corte e integrantes do governo federal.

“Não conseguem esconder seu desejo de entregar o país ao estrangeiro, do mesmo jeito que Eduardo Bolsonaro e sua família de traidores da pátria fizeram com as tarifas e a Magnitsky”, disse.

“Segurança pública é uma questão muito importante, que não pode ser tratada com leviandade e objetivos eleitoreiros. Combater o crime exige inteligência, planejamento e soma de esforços”, completou.

“Consórcio da Paz”

Sete governadores anunciaram nesta quinta-feira (30) a criação do Consórcio da Paz, um projeto de integração para trocar informações de inteligência, prestar apoio financeiro e de contingente policial no combate ao crime organizado.

Se reuniram no Rio de Janeiro, com o governador Cláudio Castro (PL), os governadores Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais; Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina; Eduardo Riedel (Progressistas), do Mato Grosso do Sul; Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás; e a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (Progressistas). O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), participou remotamente, por chamada de vídeo.

Todos os governadores presentes elogiaram os resultados da ação policial nos complexos da Penha e do Alemão. Para Romeu Zema, a operação deve ser “considerada a mais bem-sucedida”. “As forças de segurança do Rio de Janeiro fizeram, no meu entender, uma operação que vai fazer parte da segurança pública no Brasil”, disse.

A operação resultou na morte de 121 pessoas, sendo quatro policiais militares, apreensão de 93 fuzis e provocou caos na cidade, com interdição de vias. O objetivo principal anunciado previamente era a captura de Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca, tido como principal chefe da facção criminosa Comando Vermelho. No entanto, ele não foi preso na operação e continua foragido.

PEC da Segurança Pública

A PEC 18, apresentada pelo governo federal, tem sido criticada por esses mesmos governadores. O grupo defende que o texto tira deles a autonomia sobre as polícias dos estados. “Único objetivo do governo federal é tirar dos governadores as diretrizes gerais da segurança pública, que é um determinação que a Constituição de 88 nos deu. Querem transferir nossa autonomia e transformar em diretriz geral do Ministério da Justiça. É intervenção direta nas polícias dos estados”, afirmou o governador de Goiás, Ronaldo Caiado.

A proposta estabelece que a União seja a responsável por elaborar a política nacional de segurança pública, “cujas diretrizes serão de observância obrigatória por parte dos entes federados, ouvido o Conselho Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, integrado por representantes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”. O governo federal tem argumentado que a PEC mantém as autonomias das forças de segurança estaduais e distrital.

Fonte: Agência Brasil

ONU pede investigação independente sobre operação no Rio de Janeiro

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O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU), com sede em Genebra, divulgou nesta sexta-feira (31) uma nota oficial expressando “profunda preocupação” com a operação policial mais letal já registrada no Brasil, que deixou ao menos 120 mortos, entre eles quatro policiais, nas comunidades do Complexo do Alemão e do Complexo da Penha, ambos na zona norte do Rio de Janeiro.

Na manifestação, os especialistas da ONU pedem que as autoridades brasileiras realizem uma investigação independente e rápida, com o objetivo de: ‘’garantir responsabilização pelos fatos, interromper violações de direitos humanos e assegurar proteção a testemunhas, familiares das vítimas e defensores de direitos humanos’’

“Estamos particularmente preocupados com as represálias contra as famílias e testemunhas. As autoridades devem garantir sua vida, segurança e integridade pessoal, e impedir qualquer forma de intimidação, assédio ou criminalização”, afirmam os especialistas. “É responsabilidade das autoridades preservar o local para posterior exame forense.”

De acordo com o comunicado, a operação que foi denominada “Operação Contenção” e deflagrada no dia 28 de outubro de 2025, ‘’ atingiu comunidades habitada majoritariamente por pessoas negras e de baixa renda’’. Os relatores da ONU afirmam ter recebido denúncias de que corpos foram encontrados com as mãos amarradas e marcas de tiros na nuca, além de relatos de invasões domiciliares sem mandado judicial, prisões arbitrárias e uso de helicópteros e drones para efetuar disparos.

“A escala da violência, a natureza dos assassinatos relatados e as consequências para as comunidades pobres afrodescendentes que vivem em áreas periféricas urbanas expõem um padrão profundamente arraigado de policiamento racializado”, diz a nota.

No comunicado, os especialistas elencam uma série de medidas urgentes que o Brasil deve adotar. Entre elas:

  •     ‘’Suspender operações com uso desproporcional da força, evitando novas mortes de civis;’’
  •     ‘’Garantir proteção a testemunhas, familiares e defensores de direitos humanos contra retaliações e processos arbitrários;’’
  •     ‘’Preservar provas e a cadeia de custódia em casos de homicídio;’’
  •     ‘’Realizar investigações periciais independentes, conforme padrões internacionais’’;
  •     ‘’Cumprir normas globais sobre o uso da força e punir adequadamente casos de abuso policial’’.

>>ADPF das Favelas: entenda as medidas que foram determinadas pelo STF 

A ONU lembra que episódios de violência policial no Brasil já haviam sido motivo de alerta por parte de organismos internacionais de direitos humanos.

“Este trágico acontecimento ressalta a necessidade urgente de o Brasil rever suas políticas de segurança, que continuam a perpetuar um modelo de violência policial brutal e racializada. As autoridades brasileiras devem romper com o legado de impunidade que caracterizou eventos semelhantes no passado”, alertam.

Em relatório divulgado em 2024, o mesmo grupo de especialistas destacou que a política de segurança pública brasileira se baseia em repressão, violência e “hipermasculinidade”, apontando que mais de seis mil pessoas morrem por ano em ações policiais, a maioria negra e moradora de periferias.

“Essas mortes, muitas vezes em operações que visam ‘criminosos’, são generalizadas e sistemáticas, funcionando como uma forma de limpeza social contra grupos marginalizados”, afirmam os relatores.

As preocupações dos especialistas foram formalmente encaminhadas ao governo brasileiro por meio de uma carta. O documento que tem caráter público, solicita ao Brasil, informações sobre as medidas adotadas para garantir responsabilização, reparação e justiça às vítimas e seus familiares.

Fonte: Agência Brasil

PT, PSOL e PCdoB pedem ao STF acesso de familiares à perícia de corpos

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Os partidos PT, PSOL e PCdoB protocolaram nesta sexta-feira (31) no Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que os familiares dos mortos na Operação Contenção, deflagrada no Rio de Janeiro esta semana, possam acompanhar o processo de reconhecimento dos corpos. 

As legendas também solicitaram ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, a realização de perícia independente para verificar a violação de direitos humanos durante a operação. 

Os pedidos foram protocolados no processo que é conhecido como ADPF das Favelas, ação na qual o STF determinou medidas para combater a letalidade policial na capital fluminense.

>>ADPF das Favelas: entenda as medidas que foram determinadas pelo STF 

Na petição, os partidos afirmam que a operação policial “matou mais do que prendeu”. De acordo com o governo do estado do Rio de Janeiro, das 99 pessoas identificadas até o momento, 78 tinham histórico criminal, e 42 tinham mandado de prisão pendente.

“Os números, por si só, demonstram o tamanho e a gravidade das violações de direitos humanos. Ao fim, a polícia do Rio de Janeiro matou mais do que prendeu. O número de corpos é maior que o número de armas apreendidas. Ou seja, para cada duas pessoas, morta ou presa, foi apreendida apenas uma arma”, argumentam os partidos. 

Pedidos

Ao todo, os partidos fizeram sete pedidos a Alexandre de Moraes. Confira: 

1 – Garantia de acesso imediato das famílias aos corpos, com possibilidade de reconhecimento acompanhadas por advogado, defensor público ou representante de direitos humanos;

2 – Desburocratização dos procedimentos de reconhecimento e liberação dos corpos;

3 – Ampliação do horário de funcionamento dos serviços cartoriais e periciais, inclusive em regime de plantão;

4 – Aceitação de peritos independentes nas perícias da Polícia Civil, garantindo transparência e imparcialidade;

5 – Determinação de inspeção urgente pela Anvisa no IML da Av. Francisco Bicalho, diante das condições insalubres relatadas;

6- Que o Estado do Rio de Janeiro apresente, em 48 horas, lista nominal das vítimas e o destino dos corpos, sob pena de responsabilidade.

7 – A admissão do PSOL e do PCdoB, como amicus curiae [ajudante da Corte] na ADPF. 

Operação Contenção 

A Operação Contenção, realizada pelas polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro, deixou cerca de 120 pessoas mortas, sendo quatro policiais, de acordo com o último balanço. No total, foram feitas 113 prisões, sendo 33 de presos de outros estados. Foram recolhidas 118 armas e 1 tonelada de droga. O objetivo era conter o avanço da facção Comando Vermelho e cumprir 180 mandados de busca e apreensão e 100 de prisão, sendo 30 expedidos pela Justiça do Pará.

A operação contou com um efetivo de 2,5 mil policiais e é a maior e mais letal realizada no estado nos últimos 15 anos. Os confrontos e as ações de retaliação de criminosos geraram pânico em toda a cidade, com intenso tiroteio, fechando as principais vias, escolas, comércios e postos de saúde. 

Fonte: Agência Brasil