Luiz Carlos Costa
Juvenal, meu alter ego, afirma que propaganda é coisa séria e deve ser, sempre, amparada pelas ferramentas do marketing. As Sandálias Havaianas. líder de mercado, está ou estava veiculando um anúncio com a Fernandinha Torres sugerindo “não entrar o ano novo com o pé direito”, politizando um tema que é positivo e faz parte da cultura popular. Para entrar em uma linha de comunicação como esta, a agência deveria deixar de lado o viés político e entender a realidade do país, a realidade das redes sociais, estudar e projetar as pesquisas, antes de propor ao anunciante algo tão absurdo. Nós, publicitários e profissionais de marketing, devemos nos lembrar do fracasso recente da Jaguar e da Budweiser e lapidar nossas idéias apoiados na realidade do mercado e no caso da Havaianas, deixar de lado as nossas convicções pessoais. O filme não agrega nada ao produto e cria uma antipatia no segmento de maior poder aquisitivo de seu target. Ao recomendar que não se entre em 2026 com o pé direito, mas com os dois pés, a mensagem está pisando no ditado popular.
Com isso, a concorrente Ipanema saiu ganhando. Sem investir qualquer centavo, suas encomendas subiram de 500 para 800 mil pares e suas ações estão em alta na Bolsa. As pessoas não querem mensagens ideológicas de esquerda ou de direita e a Havaianas quis vender o esquerdismo, quando deveria apenas vender sandálias. Melhor seria voltar com as campanhas anteriores com a promessa de conforto e sem deixar cheiro nos pés, evitando levar esse pé na bunda.