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BC muda regras para acabar com contas bancárias fraudulentas

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O Banco Central (BC) alterou regras sobre o encerramento compulsório de contas bancárias sem respaldo ou em desacordo com a regulamentação, incluindo as chamadas contas-bolsão. Elas são contas abertas por fintechs em bancos tradicionais, ou seja, operam em nome de terceiros com o objetivo de ocultar a identificação ou substituir obrigações dos clientes e podem ser utilizadas para fraudes, por exemplo.

As fintechs são empresas de inovação que se diferenciam pelo uso da tecnologia para oferecer serviços financeiros digitais. Em agosto desse ano, Receita Federal também estabeleceu que as fintechs devem estar sujeitas às mesmas regras dos bancos, no que se refere à obrigação de fornecer informações que levem ao combate a crimes, como lavagem de dinheiro.

“Quando a gente está falando de prevenção a fraude, de prevenção ao uso do sistema [financeiro] pelo crime organizado, não tem bala de prata, mas nós temos o compromisso, obviamente, de entender onde nós podemos atuar para fortalecer, continuadamente, a higidez e integridade do sistema financeiro”, disse a diretora de Cidadania e Supervisão de Conduta do BC, Izabela Correa.

A partir de agora, as instituições bancárias terão a obrigação de adotar critérios para identificar essas contas irregulares, como as contas-bolsão, podendo se utilizar de dados armazenados em bases públicas ou privadas. O BC explicou que, então, os bancos deverão encerrar as contas após comunicação aos clientes.


Brasília (DF) 04/07/2023  Sabatina dos economistas Gabriel Muricca Galípolo e Ailton de Aquino Santos, na comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Foto Lula Marques/ Agência Brasil.
Brasília (DF) 04/07/2023  Sabatina dos economistas Gabriel Muricca Galípolo e Ailton de Aquino Santos, na comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Foto Lula Marques/ Agência Brasil.

Brasília (DF) 04/07/2023. Para o diretor de Fiscalização do BC, Ailton de Aquino Santos, as mudanças não são barreira para a inovação e entrada de fintechs no sistema financeiro. Foto-arquivo Lula Marques/ Agência Brasil. – Lula Marques/ Agência Brasil

O diretor de Fiscalização do BC, Ailton de Aquino, ressaltou, entretanto, que há contas-bolsão legítimas, como contas de instituições de pagamento e de marketplace, por exemplo. “Essa norma para mim é uma norma de enfrentamento aos comportamentos ilícitos, quiçá criminosos, perpetrados no sistema financeiro nacional”, disse.

“A conta-bolsão, a utilização ilegal dessa prática não autorizada, eu não consigo acreditar que entidades autorizadas pelo Banco Central possam vender serviços de contas blindadas. Isto para mim é um desvirtuamento. Mas a gente também não pode demonizar o conceito de contas-bolsão”, acrescentou.

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A nova regra entra em vigor em 1º de dezembro de 2025 e a documentação relacionada às contas de encerramento compulsório deve permanecer à disposição do Banco Central por, pelo menos, 10 anos.

As novas normas sobre finalização de contas estão publicadas no site do BC: Resolução CMN nº 5.261 e Resolução BCB nº 518​.

Limite mínimo

O BC e o Conselho Monetário Nacional (CMN) também publicaram normas que tratam da nova metodologia de apuração do limite mínimo de capital social e de patrimônio líquido das instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central. O objetivo é garantir que bancos e fintechs tenham recursos suficientes para absorver riscos e operar de forma segura.

A nova regulamentação mira nas atividades efetivamente exercidas pelas instituições para definir o capital mínimo necessário, e não mais o tipo específico de instituição. Além disso, a metodologia prevê uma parcela do capital mínimo para cobrir o custo inicial da operação e os custos associados aos serviços intensivos em infraestrutura tecnológica.

Por fim, a nova regulação requer uma parcela adicional de capital às instituições que utilizem em sua nomenclatura a expressão ‘banco’ ou qualquer termo que o sugira, em português ou em outro idioma.

Os normativos entram em vigor imediatamente. No entanto, para que as instituições já em operação — ou aquelas em análise pelo BC — possam se ajustar às novas regras, foi definido o seguinte cronograma de transição que vai até dezembro de 2027.

O diretor Ailton de Aquino afirmou que as mudanças não são barreira para a inovação e entrada de fintechs, mas visam reforçar a resiliência do sistema financeiro.

“Eu não acredito numa IP [instituição de pagamento] com o capital inicial de R$ 1 milhão para fazer face à necessidade de tecnologia de contratar auditor, de montar uma boa estrutura. Eu acho que trazer este número por volta de R$ 9 milhões a R$ 32 milhões, operando com Pix, é algo que eu entendo como é bastante importante nesse momento”, disse, informando que há quase 300 IP autorizadas pelo BC a operar.

“Nós vivenciamos, nos últimos meses, situações desagradáveis no sistema financeiro nacional [como invasão e perda de valores]. Isso aqui é uma resposta, é um processo evolutivo, mas também uma resposta para isso”, reforçou. Segundo ele, por exemplo, o capital inicial de corretoras passou de R$ 245 mil para R$ 8 milhões.

Do universo de 1,8 mil entidades bancárias, cerca de 500 serão impactadas e terão que reforçar suas estruturas de capital.

As normas sobre capital social também estão no site do BC: Resolução Conjunta nº 14 e Resolução BCB nº 517.

Fonte: Agência Brasil

Moraes faz reuniões no Rio para discutir Operação Contenção

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O Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, faz uma série de reuniões com autoridades do Rio de Janeiro nesta segunda-feira (3), na capital fluminense. O objetivo é colher informações sobre a Operação Contenção, realizada na terça-feira passada (11), que deixou 121 mortos.

Moraes se tornou relator temporário da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 635, mais conhecida como ADPF das Favelas, após a aposentadoria do ex-ministro Luiz Roberto Barroso. A ação estabelece regras para diminuir a letalidade policial no Rio de Janeiro. 

Pela manhã, Moraes se reuniu com o governador do estado, Cláudio Castro, e com a cúpula da Segurança Pública, no Centro Integrado de Comando e Controle. Nenhum dos participantes falou com a imprensa. 

À tarde, o ministro tem reuniões marcadas com o presidente do Tribunal de Justiça do estado, desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo, o procurador-geral de Justiça, Antonio José Campos Moreira, o defensor público geral, Paulo Vinícius Cozzolino Abrahão, e o prefeito da capital, Eduardo Paes. 

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Alexandre de Moraes ficará à frente da ADPF apenas enquanto um novo ministro não assume a vaga aberta com a saída de Barroso.

O ministro decretou neste domingo (2),  a preservação “rigorosa e integral” dos elementos materiais relacionados à Operação Contenção, que foi a incursão policial mais letal da história do estado.

Fonte: Agência Brasil

Bolsa supera os 150 mil pontos pela primeira vez e bate recorde

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Num dia de alívio para o mercado financeiro, a bolsa subiu pela nona vez seguida e fechou acima dos 150 mil pontos pela primeira vez na história. O dólar teve uma pequena queda, num dia positivo para as moedas latino-americanas.

O índice Ibovespa, da B3, encerrou esta segunda-feira (3) aos 150.454 pontos, com alta de 0,61%. Na máxima do dia, por volta das 12h10, chegou aos 150,7 mil pontos.

Esse foi o sexto pregão seguido em que a bolsa brasileira bateu recorde. O Ibovespa acumula alta de 25,08% em 2025.

O dia também foi positivo no mercado de câmbio. O dólar comercial fechou o dia vendido a R$ 5,357, com queda de R$ 0,024 (-0,42%). A cotação iniciou a sessão estável, mas caiu ainda nos primeiros minutos de negociação. Na mínima do dia, por volta das 12h, chegou a R$ 5,34.

A moeda estadunidense está no menor valor desde 8 de outubro. Em 2025, a divisa acumula queda de 13,32%.

Tanto fatores internos quanto externos influenciaram o mercado financeiro. No cenário internacional, indicadores que mostraram desempenho da economia chinesa acima do esperado contribuíram para a valorização das commodities (bens primários com cotação internacional), beneficiando economias emergentes como o Brasil.

No cenário doméstico, a espera da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na próxima quarta-feira (5), contribuiu para manter a cotação do dólar em baixa. A expectativa de que o Banco Central (BC) mantenha a Taxa Selic em 15% ao ano estimula a entrada de capitais externos no Brasil.

Com os juros altos no Brasil, os investidores aproveitam a diferença em relação às taxas básicas nos Estados Unidos para investir no mercado brasileiro. Na semana passada, o Federal Reserve (Fed, Banco Central estadunidense) reduziu os juros básicos em 0,25 ponto percentual, para uma faixa entre 3,75% e 4% ao ano.

*Com informações da Reuters

Fonte: Agência Brasil

Mauro Cid passa por audiência no STF e retira tornozeleira eletrônica

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O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, passou uma audiência nesta segunda-feira (3) no Supremo Tribunal Federal (STF) e retirou a tornozeleira eletrônica.

Durante a audiência, Cid recebeu as orientações que deverá seguir durante o cumprimento da pena de dois anos de prisão em regime aberto pela condenação na ação penal do Núcleo 1 da trama golpista. O procedimento foi conduzido por Flavia Martins de Carvalho, juíza auxiliar do ministro Alexandre de Moraes.

Na semana passada, Moraes determinou o início do cumprimento da condenação. Por ter assinado acordo de delação premiada durante as investigações, Cid não ficará preso.

O militar está proibido de sair de Brasília e deverá cumprir recolhimento domiciliar entre as 20h e as 6h. O recolhimento deverá integral nos finais de semana, ou seja, ele não poderá sair de casa.

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Cid também está proibido de portar armas, utilizar as redes sociais e se comunicar com investigados nos processos sobre a trama golpista.

Por ter delatado os fatos que presenciou durante o período em que trabalhou com Bolsonaro, Mauro Cid passará usufruir dos benefícios da delação, deixará de usar tornozeleira eletrônica e poderá ter escolta de agentes da Polícia Federal para fazer a sua segurança e de familiares. Os bens dele também vão ser desbloqueados.

No dia 11 de setembro, por 4 votos a 1, a Primeira Turma do STF condenou Cid, Bolsonaro e mais cinco réus pelos crimes de crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

Ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem foi condenado somente pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. Deputado federal em exercício, ele foi beneficiado com a suspensão de parte das acusações e respondia somente a três dos cinco crimes imputados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Os recursos de Bolsonaro e demais acusados serão julgados pela Primeira Turma da Corte a partir do dia 7 de novembro.

Matéria alterada às 15h53 para acréscimo do nome da juíza auxiliar que conduziu a audiência no STF.

Fonte: Agência Brasil

Inep prorroga inscrições de elaboradores de questões de provas médicas

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O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) prorrogou até esta sexta-feira (7) o prazo de inscrição para professores de cursos de medicina interessados em compor o Cadastro de Elaboradores e Revisores de Itens da Educação Superior (Ceres) do Banco Nacional de Itens da Educação Superior (BNI-ES).

A chamada pública é voltada à elaboração de questões e revisão de itens para o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior (Revalida) e para o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed).

A seleção prevê reserva de vagas para pretos, pardos e/ou quilombolas (20%), indígenas (3%) e pessoas com deficiência (5%), mediante autodeclaração e comprovação documental.

As inscrições podem ser feitas pelo Sistema BNI com apresentação obrigatória de documentos como diploma, declaração de docência, além da assinatura do termo de compromisso e sigilo.

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Quem pode se candidatar

Para participar, o candidato deve ter diploma de graduação em medicina emitido por instituição de ensino superior credenciada. Também é exigido título de especialização stricto sensu ou lato sensu registrado em, pelo menos, uma das seguintes áreas: 

  • clínica médica;
  • cirurgia geral; 
  • pediatria; 
  • ginecologia e obstetrícia; 
  • medicina de família e comunidade;
  • saúde coletiva ou saúde mental.

Também é necessário atuar como docente em curso de medicina e comprovar o vínculo por meio de declaração assinada pelo coordenador do curso ou representante legal da instituição de ensino superior, onde dá aulas.

O candidato não pode ser servidor do Ministério da Educação (MEC), Inep ou órgãos vinculados.

Remuneração

O Inep irá remunerar as atividades de elaboração e revisão de itens de exames e questionários por meio do Auxílio de Avaliação Educacional (AAE). O valor unitário do AAE por item elaborado será de R$ 500, e R$ 300, por item revisado técnico-pedagogicamente.

Conforme o edital com as regras da chamada pública, o resultado da preliminar da análise da documentação comprobatória será divulgado em 11 de novembro e a convocação para capacitação está agendada para 14 de novembro.

Fonte: Agência Brasil

Haddad diz esperar US$ 10 bi para fundo de proteção às florestas

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira (3), em São Paulo, que o Brasil estabeleceu como meta a captação de US$ 10 bilhões em investimentos públicos dos países para o Fundo Tropical das Florestas (TFFF, na sigla em inglês). O mecanismo é voltado à proteção de florestas e que prevê que os países que preservam suas florestas tropicais serão recompensados financeiramente via fundo de investimento global.

Segundo Haddad, essa meta deve ser alcançada até o final do próximo ano, ainda durante a presidência do Brasil na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes). De acordo com o ministro, esse valor seria referente a recursos destinados por governos, com o valor podendo crescer com a adesão de outros tipos de entidades, como fundações, fundos e empresas.

“Se a gente terminar o primeiro ano com US$ 10 bilhões de recursos públicos, seria um grande feito”, disse o ministro a jornalistas, depois de participar de uma série de reuniões do evento COP30 Business & Finance Forum, promovido pela Bloomberg Philanthropies, na capital paulista. 

“E para chegar a US$ 10 bilhões, bastaria que alguns países do G20 aderissem para a gente começar a remunerar os países que mantém florestas tropicais, sobretudo os que estão endividados, porque eles não têm recursos para manter as suas florestas. E o TFF viria em suporte dessa iniciativa”, acrescentou.

Haddad admitiu que essa é uma proposta “ambiciosa” mas, segundo ele, possível. “Eu acredito que nós vamos chegar lá”, falou. 

O ministro disse estar otimista com a aprovação dessa proposta. “Acredito que, das ideias originais que surgiram nos últimos anos, o TFF é o que está mais pronto para dar mais certo. Tem uma outra que é muito grande, que é a coalizão do mercado de carbono, mas que vai exigir muita engenharia para sair do papel”, falou.

O objetivo final do governo é que o fundo reúna US$ 125 bilhões, sendo 20% (US$ 25 bilhões) de países soberanos e 80% (US$ 100 bilhões) de capital privado.

COP30

Em entrevista a jornalistas, o ministro disse que, nesta primeira rodada de negociação, realizada em São Paulo e da qual participaram investidores e financiadores, houve “sinais concretos de que algumas ideias podem começar a sair do papel”. Segundo ele, as reuniões realizadas hoje, junto à investidores e financiadores, indicam que há disposição para que a COP do Brasil seja um marco.

“Pelo que eu ouvi hoje dos investidores e dos financiadores, há uma disposição maior para colocar esse trem para andar mais rápido. Então, eu acredito que nós vamos ter uma grande COP”, falou o ministro. “Já temos alguns países sinalizando anúncios durante a COP”, disse ele.

Para o ministro, o Brasil vem liderando um debate muito importante no mundo sobre a questão da sustentabilidade. 

“Não só na COP, mas no G20 nós viemos liderando o debate sobre sustentabilidade, tanto é verdade que, pela primeira vez, nós temos um clube de ministros de finanças participando da COP e entregando um relatório para a COP. Isso já é fruto do trabalho que foi feito no G20”, disse ele. “O Brasil quis fazer dessa COP uma COP pragmática e propositiva”, ressaltou.

Fonte: Agência Brasil

Caminhos da Reportagem volta a Mariana dez anos após tragédia

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Nesta segunda-feira (3), a TV Brasil exibe, às 23h, um novo episódio do premiado programa Caminhos da Reportagem, que tem como tema A Tragédia de Mariana: dez anos depois. A atração volta ao local da tragédia após uma década para contar histórias de quem sobreviveu, além de discutir também a segurança das barragens e o impacto da mineração na vida da população. 

Em 2015, a barragem de minério de Fundão, administrada pela empresa Samarco, no município de Mariana (MG), se rompeu, causando um dos maiores desastres socioambientais do Brasil. A tragédia matou 19 pessoas e provocou o aborto de um bebê em uma sobrevivente. Mais de 600 pessoas ficaram desabrigadas nos distritos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo.  

De acordo com Guilherme de Sá Meneghin, promotor de Justiça do Ministério Público de Minas Gerais, o rompimento foi além do distrito de Mariana, e atingiu 3 milhões de pessoas em Minas Gerais e Espírito Santo, afetou o meio ambiente, matou pessoas e destruiu economias.

“Eu diria que, mais do que um crime ambiental, foi uma grave violação aos direitos humanos, que foi se perpetuando ao longo do tempo”, afirma Meneghin. 

Ao Caminhos da Reportagem, Mônica Santos, liderança comunitária de Bento Rodrigues, relembra o dia 5 de novembro ao visitar com a equipe o que restou do local onde vivia.

“A visão que eu tive foi essa visão aqui. Aí eu entendi o que estava acontecendo. Eu vi de fato que eu não tinha mais casa, que a igreja de São Bento não existia mais e a casa dos meus avós também”, recorda.  

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Para Mônica, o sentimento de revolta e de impotência continuam. “Não precisava de ninguém ter morrido, porque a Samarco sabia do problema, e você continua vendo a empresa mandando e desmandando, ditando as regras para quem vai pagar indenização, de quem é atingido ou não”. 

Segundo o gerente-geral de Projetos da Samarco, Eduardo Moreira, o rompimento trouxe mudanças profundas no rumo e nos negócios da empresa. “A gente tinha uma dívida com a sociedade de que nós não poderíamos voltar da mesma maneira. A gente precisava voltar de maneira diferente”, diz.  

A Samarco voltou a operar em dezembro de 2020, cinco anos depois da tragédia. Segundo a empresa, hoje em dia, 80% do descarte do rejeito de minério tem o modelo a seco.   

Risco de colapso 

O Brasil tem hoje mais de 900 barragens, com 74 delas apresentando alto risco de colapso, segundo dados do Sistema Integrado de Gestão de Barragens de Mineração (SIGBM). O Estado de Minas Gerais conta com 31 barragens das 91 que estão em situação de alerta ou emergência declarada. Moradores dos distritos de Engenheiro Correia e São Gonçalo do Bação, que fazem parte do município de Itabirito, em Minas Gerais, relatam que se sentem inseguros com a proximidade de barragens de minério.  

Um muro de contenção foi construído em junho de 2021 depois de determinação do Ministério Público de Minas Gerais. A estrutura foi erguida pela Vale, outra mineradora, para prevenir danos em caso de rompimento das barragens da mina de Fábrica.

“O muro dá uma falsa tranquilidade, porque a gente não sabe se ele vai funcionar, nunca foi testado”, afirma Thiago Damaceno, auxiliar administrativo.  

O geógrafo Ícaro Brito, que também vive na região, concorda. “Não é um evento natural, a gente não está falando de uma área de avalanche que está acontecendo ali porque a configuração geológica ou uma condição natural está forçando. Isso foi colocado em cima da nossa cabeça”.  

Gilvander Luís Moreira, assessor da Comissão Pastoral da Terra em Minas Gerais, denuncia o que ficou conhecido como “terrorismo de barragem”, quando empresas retiram as pessoas dos locais onde elas vivem alegando falta de segurança nas barragens.

“Já tem tese de doutorado em Minas Gerais que demonstra que foi criado o terrorismo de barragem de propósito, como estratagema para ampliar os territórios a serem minerados, burlando, passando por cima de direitos assegurados aos povos e comunidades tradicionais”, denuncia.  

Para o jornalista e cientista ambiental Maurício Ângelo, é preciso repensar o modelo de mineração em Minas Gerais e no Brasil, para que novas Marianas e novos Brumadinhos não aconteçam mais. 

Fonte: Agência Brasil

Castro e Moraes discutem operação e retomada de territórios no Rio

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O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, reuniu-se nesta segunda-feira (3), com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na Cidade Nova. No encontro, o governador apresentou ao ministro dados sobre o planejamento e a execução da Operação Contenção, realizada na semana passada no complexos da Penha e do Alemão, que deixou 121 mortos. Em uma tentativa de conter a expansão territorial da facção Comando Vermelho, essa foi a incursão policial mais letal da história do estado.

A ida de Moraes ao Rio teve como objetivo colher informações sobre a operação, uma vez que o ministro é o relator temporário da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, mais conhecida como ADPF das Favelas. A ação estabelece regras para diminuir a letalidade policial no Rio de Janeiro. Entre as regras da ADPF estão o uso proporcional da força policial, câmeras nas viaturas e a elaboração de um plano de reocupação de territórios invadidos pelas organizações criminosas. De acordo com o governo do estado, o relatório sobre o cumprimento da ADPF será encaminhado ao STF.

Moraes também visitou a Sala de Inteligência e Controle do CICC, onde está instalado o sistema de reconhecimento facial e das câmeras operacionais portáteis usadas pela Polícia Militar, com acompanhamento em tempo real dos deslocamentos em todo o território fluminense. O CICC é o principal polo de integração das forças de segurança do estado. Atua no monitoramento em tempo real de ocorrências, grandes eventos e situações emergenciais, reunindo representantes das polícias, Bombeiros, Defesa Civil, Detran e órgãos federais e municipais.

Após a reunião, Moraes não falou com a imprensa. Já o governador disse que os dois conversaram “sobre o projeto de retomada [de territórios] que está em fase de organização pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP)”. “Demos ao ministro total possibilidade de tirar todas as dúvidas sobre a política de segurança do Rio de Janeiro e nos desafios no combate ao crime”, afirmou Castro. 

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Operação Contenção 

Realizada pelas polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro, a ação policial deixou 121 pessoas mortas, sendo quatro policiais. O governo do estado considerou a operação “um sucesso” e afirmou que as pessoas mortas reagiram com violência à operação, e aqueles que se entregaram foram presos. 

No total, foram feitas 113 prisões, sendo 33 de presos de outros estados. Foram recolhidas 118 armas e 1 tonelada de droga. O objetivo era conter o avanço da facção Comando Vermelho e cumprir 180 mandados de busca e apreensão e 100 de prisão, sendo 30 expedidos pela Justiça do Pará.

A operação contou com um efetivo de 2,5 mil policiais e é a maior e mais letal realizada no estado nos últimos 15 anos. Os confrontos e as ações de retaliação de criminosos geraram pânico em toda a cidade, com intenso tiroteio, fechando as principais vias, escolas, comércios e postos de saúde. Moradores da região, familiares dos mortos e organizações denunciam operação como uma “chacina”

Fonte: Agência Brasil

Tiro com arco do Brasil conquista 1ª medalha em um Parapan de Jovens

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O brasiliense Filipe Eduardo Aguiar e a tocantinense Nathália Nunes de Carvalho conquistaram, nesta segunda-feira (3), a primeira medalha da história do Brasil no tiro com arco em uma edição dos Jogos Parapan-Americanos de Jovens. Esta é a primeira vez que a modalidade integra o programa de provas da competição juvenil, que neste ano está sendo realizada no Chile.

Os brasileiros, ambos de 18 anos de idade, ficaram com a prata na prova do arco recurvo de equipe mista após serem superados na decisão, pelo placar de 6 a 2, pela equipe da Colômbia formada por Maira Alejandra Rocha e Juan Felipe Osorio.

Também nesta segunda, Filipe Aguiar ficou com a prata na prova de recurvo open masculino após ser superado por Juan Felipe Osorio por 6 a 0.

“Estou muito realizado. Essas duas medalhas representam um pontapé inicial para a minha carreira como atleta. Treinamos somente há oito meses na modalidade, primeira viagem internacional, tudo novo para nós. Tudo está sendo muito surpreendente e especial”, declarou o jovem atleta.

“Estou muito feliz, meu primeiro Parapan. Só faz oito meses que estamos na modalidade, e ser convocada para a seleção brasileira para uma competição importante como essa. E a parceria com o Filipe vem de longa data e ajuda bastante, um sempre apoia o outro. Isso foi muito importante para esta conquista”, completou Nathália.

Fonte: Agência Brasil

Caixa abre nesta segunda contratações do programa Reforma Casa Brasil

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A partir desta segunda-feira (3), famílias com renda mensal de até R$ 9,6 mil poderão financiar a reformas de casa ou do apartamento com juros reduzidos. A Caixa Econômica Federal começou as contratações do Programa Reforma Casa Brasil, iniciativa que oferece crédito para reforma e ampliação de moradias em todo o país.

O programa faz parte do Minha Casa, Minha Vida (MCMV) e prevê a destinação de R$ 30 bilhões do Fundo Social para famílias dentro dessa faixa de renda. O acesso e a simulação das condições de financiamento podem ser feitos diretamente pelo site da Caixa.

As famílias com renda superior a R$ 9,6 mil por mês terão acesso a outra linha de crédito para a reforma de moradias, com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).

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Como funciona

O programa é dividido em duas faixas de renda:

  • Faixa Reforma 1: famílias com renda de até R$ 3,2 mil;
  • Faixa Reforma 2: famílias com renda entre R$ 3.200,01 e R$ 9,6 mil.

As contratações podem ser iniciadas pelo site da Caixa. A finalização ocorre pelo aplicativo Caixa, para quem tem conta no banco, ou em uma agência, no caso de famílias com mais de um integrante com renda ou que não possuam conta.

Taxas, prazos e liberação do crédito

  • Faixa Reforma 1: juros de 1,17% ao mês, até R$ 30 mil de crédito;
  • Faixa Reforma 2: juros de 1,95% ao mês, mesmos limites e prazos.
  • Prazo: de 24 a 60 meses, nas duas faixas
  • O valor é liberado em duas etapas: 90% na contratação e 10% após o envio de fotos que comprovem a execução da reforma, via aplicativo da Caixa.
  • Não é exigida garantia do imóvel para essas faixas de renda.

Objetivo e abrangência

Desenvolvido pelo Ministério das Cidades, em parceria com o Ministério da Fazenda e a Caixa, o programa deve beneficiar 1,5 milhão de famílias em todo o Brasil. O crédito pode ser usado para compra de materiais de construção, contratação de mão de obra, projetos e orientação técnica.

Entre as principais melhorias possíveis estão reparos em telhados, pisos, instalações elétricas e hidráulicas, além de obras de acessibilidade ou ampliação do imóvel.

Linha para renda acima de R$ 9,6 mil

Famílias com renda superior ao limite do MCMV também podem acessar crédito por meio da linha Reforma Casa com Garantia de Imóvel Caixa, que utiliza recursos do SBPE.

  • Valor: nessa modalidade, a Caixa financia valores a partir de R$ 30 mil, podendo chegar a 50% do valor do imóvel
  • Prazo: de 60 a 180 meses
  • Juros: de 1,33% a 1,95% ao mês.
  • O imóvel é dado em garantia, e a contratação pode ser feita em agências da Caixa ou por correspondentes parceiros.

Interessados podem verificar a elegibilidade, simular condições e obter orientações no site do Reforma Casa Brasil ou diretamente pelo aplicativo da Caixa.

Fonte: Agência Brasil