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BRB faz auditoria para apurar fraudes ligadas ao Banco Master

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O Conselho de Administração do Banco de Brasília (BRB) divulgou um comunicado ao mercado, no qual informa que vai contratar uma auditoria externa especializada para “apurar os fatos” investigados no âmbito da Operação Compliance Zero.

Deflagrada na segunda-feira (17) pela Polícia Federal (PF), a operação investiga a emissão de títulos de créditos falsos por instituições então ligadas ao Sistema Financeiro Nacional. Ela tem como alvo principal o Banco Master.

Essas operações simularam empréstimos e outros valores a receber, em meio a negociações de carteiras de crédito com outros bancos. Entre eles, o BRB.

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Comunicado do BRB

No comunicado divulgado nesta terça-feira (18), o BRB informa ter contratado “uma auditoria externa especializada e independente para apurar os fatos mencionados na referida operação [Operação Compliance Zero], notadamente os relacionados às operações de aquisição de carteiras de crédito junto ao Banco Master.”

O Banco diz também que vai averiguar os procedimentos internos adotados para aprovação desses negócios e “possíveis falhas de governança ou de controles internos”, acrescentou ao reafirmar seu compromisso “com as melhores práticas de governança, transparência e prestação de informações ao mercado.”

Por fim, informa que o Conselho de Administração seguirá acompanhando de forma contínua os desdobramentos dos fatos, mantendo seus acionistas e o mercado devidamente informados.

Investigados

Entre os investigados da operação está o dono do Banco Master, Daniel Vacaro, detido no Aeroporto de Guarulhos ao tentar deixar o país.

Também são investigados o então presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, e o diretor de Finanças e Controladoria do banco, Dario Oswaldo Garcia Júnior. Ambos foram afastados dos cargos que ocupam no banco.

Na segunda-feira, ao participar da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investiga o crime organizado, o diretor-feral da PF, Andrei Rodrigues, disse que as fraudes investigadas podem ter movimentado irregularmente cerca de R$ 12 bilhões.

Fonte: Agência Brasil

Câmara diz que não foi informada sobre saída de Ramagem do país

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A Câmara dos Deputados informou nesta quinta-feira (20) que a Casa não foi comunicada sobre a saída do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) do país.

A manifestação foi divulgada após o site PlatôBR informar que Ramagem está em Miami, nos Estados Unidos. Ele foi filmado pela equipe do site enquanto entrava em um condomínio da cidade norte-americana.

Ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Bolsonaro, Ramagem foi condenado na ação penal da trama golpista a 16 anos de prisão e recorre em liberdade.

Durante a investigação, Ramagem foi proibido pelo ministro Alexandre de Moraes de sair do país e teve que entregar todos os passaportes nacionais e estrangeiros.

Segundo a Câmara, a presidência da Casa, que é exercita pelo deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), não foi comunicada sobre o afastamento do parlamentar do território nacional e nem autorizou nenhuma missão oficial de Ramagem no exterior.

A Casa também informou que o deputado apresentou atestados médicos que abrangem os períodos entre 9 de setembro e 8 de outubro e 13 de outubro a 12 de dezembro.

Prisão

Ontem, deputados federais da bancada do PSOL-RJ pediram ao Supremo Tribunal Federal (STF) a decretação da prisão do parlamentar.

Segundo os deputados, “tudo indica” que Ramagem fugiu do Brasil. A prisão foi solicitada pelos deputados Pastor Henrique Vieira, Glauber Braga, Chico Alencar, Tarcísio Motta e Talíria Petrone.

A suposta fuga do deputado ocorre no momento em que se aproxima o fim da tramitação da ação do golpe e a execução das penas do deputado e dos demais réus, entre eles, o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Na semana passada, os réus do Núcleo 1 tiveram os recursos contra a condenação negados pela Primeira Turma da Corte.

Com a decisão, as defesas devem protocolar nos próximos dias os últimos recursos para evitar o cumprimento imediato das condenações.

A defesa de Ramagem informou que não vai se pronunciar. 

Fonte: Agência Brasil

Feriado deve movimentar mais de 3 milhões de veículos em São Paulo

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Cerca de 3 milhões de veículos estarão circulando neste feriado do Dia da Consciência Negra até domingo (23), apenas nas rodovias estaduais que levam ao litoral e à região do Vale do Paraíba, no estado de São Paulo, segundo o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-SP).

Neste período, de acordo com o DER-SP, está em vigor a Operação Especial Consciência Negra, com o objetivo de garantir a segurança e fluidez do tráfego.

“Dentre as iniciativas previstas, estão a inspeção e monitoramento dos trechos de maior circulação; controle e organização de acesso de pontos específicos; e a liberação do acostamento e uso de faixa reversível”, informou o órgão.

Cidade de São Paulo

Na capital paulista, onde a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) estima que 2,5 milhões de veículos transitem neste feriado, principalmente rumo ao litoral e interior.

De acordo com a CET, o fluxo de pessoas também é intenso nos três principais terminais rodoviários da cidade. A estimativa é da movimentação de 619 mil passageiros neste feriado, com previsão de mobilização de 712 ônibus extras.

Segundo a empresa Socicam, que opera os terminais, os destinos mais procurados são: Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Curitiba, Florianópolis, Belo Horizonte e Litoral de São Paulo. A polícia militar informou que cerca de 500 policiais foram destacados para reforçar a segurança no modal.

Fonte: Agência Brasil

Messias diz que recebe com honra indicação ao STF

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O advogado-geral da União, Jorge Messias, disse nesta quinta-feira (20) que recebeu com honra a indicação de seu nome para ocupar uma vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva oficializou a indicação de Messias para ocupar a cadeira do ministro Luís Roberto Barroso, que anunciou aposentadoria antecipada da Corte e deixou o tribunal no mês passado.

Em nota publicada nas redes sociais, o advogado-geral da União agradeceu as orações e manifestações de apoio recebidas e disse que vai demonstrar aos senadores que preenche os requisitos para ocupar a vaga.

“Com fé e humildade confiadas às senadoras e aos senadores da República, buscarei demonstrar o atendimento aos requisitos constitucionais necessários ao exercício desta elevada missão de Estado”, declarou.

Messias também reafirmou o compromisso de defender a democracia brasileira.

“Reafirmo meu compromisso com a Constituição da República, com o Estado Democrático de Direito e com a Justiça brasileira, em especial, com os relevantes deveres e responsabilidades da magistratura nacional”, completou.

Para tomar posse, Messias precisa passar por uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e ter o nome aprovado em votação no colegiado e no plenário da Casa.  A data da sabatina ainda será definida.

Ele está no comando da AGU desde 1° de janeiro de 2023, início do terceiro mandato de Lula.

Nascido no Recife, o futuro ministro é procurador concursado da Fazenda Nacional desde 2007.  Ele é formado em direito pela Faculdade de Direito do Recife (UFPE) e possui os títulos de mestre e doutor pela Universidade de Brasília (UnB).

Durante o governo da presidenta Dilma Rousseff, Messias foi subchefe para Assuntos Jurídicos da Presidência da República. O setor é responsável pelo assessoramento direto do presidente.

Fonte: Agência Brasil

Três duplas brasileiras vão às quartas do Mundial de vôlei de praia

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As duplas brasileiras Thâmela/Vic, Carol Solberg/Rebeca e Evandro/Arthur Lanci vão disputar as quartas de final do Mundial de vôlei de vôlei de praia em Adelaide (Austrália), a partir de 1h (horário de Brasília) desta sexta-feira (21). Elas selaram a classificação após vitória na manhã desta quinta (20). O Mundial tem transmissão ao vivo na Volleyball World TV.

Outras duas parcerias do país deram adeus à competição. Por conta de lesão, as campeãs olímpicas Ana Patrícia e Duda sequer entraram em quadra para o jogo das quartas de final contra as norte-americanas Donlin e Denaburg, que avançaram por WO. Em nota, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) disse que a entidade e a comissão técnica das atletas decidiu por retirá-las do Mundial em razão de “uma lesão ainda não especificada” e que exames complementares serão realizados assim que elas retornem ao Brasil. Já a dupla de André e Renato foi eliminadas nas quartas após revés para os suecos Hölting Nilsson e Elmer Andersson, por 2 sets a 0 (16/21 e 14/21).

Líderes do ranking mundial, Thâmela e Vic foram as primeiras a cravar a classificação nesta madrugada. Elas saíram na frente contra as ucranianas Lazarenko e Romaniuk, mas cederam ao empate no segundo set. Na terceira e última parcial, as brasileiras não deram chances às adversárias, ganhando por 2 sets a 1, com parciais de 21/18, 11/21 e 15/8. Nas quartas de final, as brasileiras enfrentarão as italianas Gottardi e Orsi Toth.

Na sequência, Evandro e Arthur Lanci entraram em quadra contra os suíços Krattiger e Diller. Após um primeiro set equilibrado, os brasileiros foram superados por 24 a 22. Depois sobraram diante dos suíços ao ganhar as parciais seguintes por 21/12 e 15/13, vencendo a partida de virada por 2 sets a 1.

“Conseguimos dar mais um passo. Estou feliz com o jogo de hoje, fomos buscar o resultado. Mais um passo, primeira vez que o Arthur está nas quartas, agora é descansar e abaixar a adrenalina de hoje”, disse Evandro após a classificação.

Nas quartas, os brasileiros terão pela frente os suecos Åhman e Hellvig, atuais campeões olímpicos, que foram derrotados na primeira fase pelas parcerias compatriotas George/Saymon e André/Renato – ambas eliminadas do Mundial. Os suecos tiveram de disputar a repescagem para seguir na disputa.

A última dupla Amarelinha a garantir presença nas quartas foi a de Carol Solberg e Rebecca que superaram as alemãs Ittlinger e Grüne por 2 a 0 (21/17 e 21/18). Número 2 no ranking, a dupla brasileira vai encarar as canadenses Melissa e Brandie, vice-campeãs olímpicas, por um vaga nas semifinais.

“Tentamos estar juntas o tempo todo, já entramos mais ligadas, não seria um jogo fácil. Tivemos alguns instantes em que não conseguimos segurar, mas estivemos sempre juntas, uma chamando a outra… ela [Carol] estava mais pilhada, eu estava tensa”, revelou Rebecca após o jogo.

Jogos do Brasil nas quartas de final

SEXTA-FEIRA (21)

1h – Thâmela /Vic x Gottardi/Orsi Toth (Itália)

5h30 – Evandro/Arthur x Åhman /Hellvig (Suécia)

7h50 – Carol Solberg/Rebecca  x Melissa/Brandie (Canadá)



Fonte: Agência Brasil

Gás gratuito chega a 1 milhão de famílias a partir de segunda-feira

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O programa nacional Gás do Povo, que prevê a recarga gratuita do botijão de gás de cozinha (GLP 13 kg) para famílias em situação de vulnerabilidade social, começa na próxima segunda-feira (24). Cerca de um milhão de famílias devem ser beneficiadas na primeira etapa.

As capitais que serão inicialmente contempladas são Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Salvador (BA), São Paulo (SP) e Teresina (PI).

O beneficiário poderá comprovar o direito ao vale pelo cartão do Bolsa Família, cartão de débito da Caixa ou CPF com código de validação enviado ao celular. Segundo o governo federal, o modelo vai ampliar a rastreabilidade, a segurança e a eficiência na entrega do benefício.

Ampliação

Até março do ano que vem, o gás de cozinha gratuito deve ser distribuído para 15 milhões de famílias, segundo garante o governo.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ressaltou que a ideia é garantir segurança alimentar e qualidade de vida.

 


Brasília - 15/10/2025 - Sessão da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara realiza audiência pública para ouvir o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Foto: Lula Marques/Agência Brasil.
Brasília - 15/10/2025 - Sessão da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara realiza audiência pública para ouvir o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Foto: Lula Marques/Agência Brasil.

Brasília – 15/10/2025 – Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que o Gás do Povo garantirá segurança alimentar para a população pobre. Foto-arquivo: Lula Marques/Agência Brasil. – Lula Marques/Agência Brasil

“O Gás do Povo combate à pobreza energética, garante alívio real no orçamento das famílias e protege a saúde de quem ainda recorre à lenha ou a materiais inflamáveis para cozinhar”, explicou Silveira.

A Caixa Econômica Federal será a instituição que vai distribuir vales-recarga, cadastrar as revendedoras participantes e validar os meios de acesso do usuário. A retirada da recarga gratuita passará a ser feita diretamente nas revendas credenciadas, sem intermediação de pagamento em dinheiro.

>>Saiba como será a retirada de botijões pelo programa Gás do Povo

Entrega

A primeira etapa de distribuição do benefício marca a transição do formato anterior, baseado em pagamento em dinheiro, para um sistema que assegura a entrega direta do gás de cozinha.

“Esse avanço torna o benefício mais eficaz, reduz fraudes e garante que o recurso chegue exatamente onde deve chegar: na recarga do botijão utilizado no dia a dia das famílias”, informou o governo em nota.

Direito ao benefício

O gás gratuito destina-se às famílias selecionadas pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), com renda per capita de até meio salário-mínimo (R$ 759,00) e cadastro atualizado há pelo menos 24 meses. Terão prioridade aquelas que já recebem o Bolsa Família.

 

Fonte: Agência Brasil

Dia da Consciência Negra deve refletir sobre operações policiais

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Vinte de novembro. Hoje é Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. Cento e trinta e sete anos após a abolição da escravatura, esta é a segunda vez na história que a data é feriado nacional.

Na efeméride, passado e presente se encontram, como avaliam especialistas ouvidos pela Agência Brasil. Eles esperam que a data propicie reflexões da sociedade sobre o racismo estrutural, violência e letalidade policial, como se viu na recente Operação Contenção, em 28 de outubro deste ano, nos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro. A ação resultou na morte de 121 pessoas, entre eles 2 policiais militares e 2 policiais civis.

A operação é a maior chacina ocorrida no Brasil. Nenhuma das 117 pessoas mortas pelas policias civil e militar havia sido denunciada à Justiça pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. A Ordem dos Advogados do Rio de Janeiro criou um observatório para acompanhar a apuração sobre o cumprimento da lei pelas policias civil e militar durante a Operação Contenção.

O principal alvo da operação – Edgar Alves de Andrade, conhecido como “Doca”, líder do Comando Vermelho (CV) – segue em liberdade após 23 dias da operação.

Levantamento feito em 2023 pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), Instituto Raízes em Movimento e a ONG Educap revelou que 79% dos moradores do Complexo do Alemão são negros. Não há dado sobre o Complexo da Penha.

“Acho que essa é uma data é muito importante e que todos os temas que atingem a população negra. De maneira significativa e avassaladora, a perda de direitos e tudo mais devem ser comentados e analisados nesta data.” afirma a pedagoga Mônica Sacramento, coordenadora programática da ONG Criola.

Mais do que uma data comemorativa, é dia da resistência negra, da construção da população afrodescendente neste país. O dia é uma data reflexiva, complementa a coordenadora.

Para o economista Daniel Cerqueira, um dos coordenadores do Atlas da Violência publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), falar de operações policiais neste dia 11 de novembro “tem total pertinência”, isso porque “a gente vive ainda hoje no país com um legado ainda muito forte das instituições do período colonial.”

“Quando a gente vai olhar qual é a história do Brasil – antes de haver uma sociedade brasileira, e antes mesmo de haver um Estado – havia um território cujo objetivo era a exploração econômica do território dos bens que aqui existiam. Com base no quê? No uso da violência”, diz o especialista fazendo referência à exploração escravocrata iniciada ainda no século 16.

Lugares para guerra  

Para Daniel Cerqueira, “a história que aconteceu nos complexos da Penha e do Alemão é reflexo desse legado que vem do período colonial”.

Ele ressalta que seria “impossível imaginar” uma ação semelhante da polícia em lugares como Copacabana, Ipanema ou Leblon, na zona sul do Rio.

“Só é possível imaginar uma guerra às drogas, uma guerra aos traficantes apenas nesses lugares onde moram negros e pobres.”

Dados do Atlas da Violência mostra que a chance de uma pessoa negra ser assassinada no Brasil é quase três vezes maior do que uma pessoa branca – para cada dez homicídios de pessoas brancas, há 27 assassinatos de pessoas pretas ou pardas.

A advogada Raquel Guerra, pós-doutoranda e professora de Direitos Humanos na pós-graduação da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), lembra que a escravidão da população negra durou mais de 300 anos, afetou mais de 20 gerações de pessoas exploradas e não houve após a abolição o estabelecimento de direitos seja à terra, à propriedade, à educação.

“A presença do Estado da população negra e pobre sempre foi e continua sendo a da não promoção de direitos.”

Para a advogada, a violência atual contra pessoas pretas e pardas é apenas o “topo do iceberg de um problema histórico”.

Segundo Raquel, a Operação Contenção levará mais uma vez o Brasil à condenação na Corte Interamericana de Direitos Humanos (Cide), por razões ligadas ao racismo estrutural como aconteceu após duas chacinas (ocorridas em 1994 e 1995) na comunidade Nova Brasília; ou como ocorreu por violar os direitos de 171 comunidades quilombolas de Alcântara, no Maranhão (entre 1986 e 1988).

Letalidade normalizada

Para a promotora de Justiça Lívia Sant’Anna, do Ministério Público da Bahia, o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra “não foi pensado como uma data comemorativa apenas. É um marco da memória, da luta e também de denúncia.”  

De acordo com a promotora, refletir sobre operações policiais, como a dos complexos da Penha e do Alemão leva a reconhecer que homens e mulheres negros continuam morrendo em razão de uma política de segurança que normaliza a letalidade como método.

Lívia Sant’Anna coordena um grupo que atua pela proteção de Direitos Humanos e combate à discriminação. Ela observa que moradores de lugares como os complexos da Penha e do Alemão, praticamente só sentem a “presença do Estado em ocasiões coléricas como a da operação Contenção”.

Se o passado se estende ao presente, a violência atual ameaça o futuro. Operações policiais como a Contenção causam pânico nas favelas, impedem o funcionamento de serviços básicos, como as escolas e agravam os riscos de evasão dos alunos, alerta a professora Juliana Kaizer, do Laboratório de Responsabilidade Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Escola de Negócios da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio.

“O impacto disso é socioeconômico e é de longo prazo. Se o estudante pré-adolescente ou adolescente sai da rotina escolar, ele perde o contato e dificilmente vai retornar. Seguiremos com gerações de analfabetos funcionais, que conseguem assinar o nome –  mas não sabe decodificar um texto complexo. Essas pessoas não serão inseridas no mercado formal do trabalho”, alerta a professora.

Sintoma em vez da causa  

Pessoas pouco escolarizadas e menos qualificadas tendem a ocupar postos de trabalho no mercado informal, que paga as remunerações mais baixas, não garantem direitos previdenciários e expõem os trabalhadores a mais exploração. “Querem resolver uma questão de segurança pública olhando para o sintoma e não para a causa”, afirma Juliana Kaizer.

“O Estado não pode estar presente apenas no viés da segurança entendida como uma guerra. O estado precisa estar presente na educação, na cultura, na assistência social, no cuidado, na saúde, né, e não apenas pela repressão”, diz a promotora Lívia Sant’Anna.

O Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (Geni), ligado à Universidade Federal Fluminense (UFF), destaca que as forças de segurança no Rio de Janeiro preferem fazer operações em lugares dominados por facções como os complexos da Penha e do Alemão a fazer a operações em áreas dominadas pela milícia.

Dados de 2017 a 2023 mostram que mais 70% das localidades onde há facção registraram confronto com a polícia. Esse percentual é de 31,6% nas áreas das milícias.

Também há desproporção quando se contabiliza o número de tiroteios. De acordo com os dados, do total de tiroteios mapeados em ações policiais, 40,2% deles ocorreram em áreas de tráfico. Quando analisadas as áreas de milícia, esse número é 10 vezes menor. Somente 4,3% dos tiroteios com a presença da polícia se deram em áreas de milícia.

Matéria alterada para ajuste de informação

Fonte: Agência Brasil

Em um clássico movimentado, Fluminense derrota Flamengo no Maracanã

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Em um clássico muito movimentado, o Fluminense derrotou o Flamengo por 2 a 1, na noite desta quarta-feira (19) no estádio do Maracanã, em partida válida 34ª rodada do Campeonato Brasileiro. Mesmo com o revés, o Rubro-Negro conseguiu manter a liderança da classificação, sendo beneficiado pelo empate do Palmeiras com o Vitória.

Desta forma, o time da Gávea, que permanece com 71 pontos, viu diminuir sua vantagem diante do Verdão para apenas dois pontos.

Enfrentando um Flamengo repleto de desfalques, o Fluminense se impôs no primeiro tempo do clássico disputado no Maracanã. E a primeira oportunidade foi criada justamente pela equipe das Laranjeiras. Aos três minutos Canobbio recebeu a bola na esquerda e, dentro da área com muita liberdade, bateu muito perto do gol defendido pelo goleiro Rossi.

Aos nove o Fla respondeu com ótima jogada individual do colombiano Carrascal que parou em defesa de Fábio. Mas o Flu era superior, em especial no aspecto físico, e abriu o placar com um golaço do de Acosta. O argentino aproveitou bola que sobrou na entrada da área aos 25 minutos e bateu de primeira para colocar a bola no ângulo do gol defendido por Rossi.

A equipe do time argentino Luis Zubeldía continuou mandando no confronto e ampliou aos 32 minutos. O jovem zagueiro João Victor recuou mal, o goleiro Rossi errou o domínio e acabou perdendo a bola para Serna, que chegou em velocidade e bateu para o gol vazio.

Após o intervalo o técnico Filipe Luís começou a mudar algumas peças para tentar equilibrar o jogo. E as mudanças surtiram efeito, com o Flamengo passando a rondar o gol de Fábio com mais perigo. E, muito mais na base da vontade do que na qualidade, o Rubro-Negro da Gávea conseguiu descontar, aos 39 minutos, com um gol de pênalti do volante Jorginho.

Palmeiras empata

Quem perdeu a oportunidade de assumir a liderança do Brasileiro foi o Palmeiras, que não passou de um empate sem gols com o Vitória em partida, antecipada da 37ª rodada, disputada no Allianz Parque.

A equipe comandada pelo técnico português Abel Ferreira empilhou oportunidades de abrir o marcador, mas viu o goleiro Thiago Couto brilhar com defesas difíceis para permitir que o Leão chegasse aos 36 pontos, na 17ª posição da classificação. Já o Verdão chegou aos 69 pontos, permanecendo na segunda colocação.

Outros resultados:

Santos 1 x 1 Mirassol
Grêmio 2 x 0 Vasco



Fonte: Agência Brasil

PL Antifacção aprovado pela Câmara asfixia PF e Receita, diz Haddad

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A versão do Projeto de Lei (PL) Antifacção aprovada pela Câmara dos Deputados segue “na direção contrária do que se pretende” e enfraquece órgãos federais responsáveis pelo combate ao crime organizado, disse nesta quarta-feira (19) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo o ministro, o substitutivo do deputado Guilherme Derrite (PP-SP) asfixia financeiramente a Polícia Federal (PF), ao alterar regras de destinação de bens apreendidos.

“Nós não podemos deixar essas operações serem enfraquecidas por um relatório açodadamente votado, sem que os especialistas fossem ouvidos, sem que os órgãos fossem ouvidos adequadamente, à luz do dia, em audiência pública, para que todo mundo tenha conhecimento do que aconteceu”, disse o ministro na saída do Palácio do Planalto.

Segundo Haddad, o texto da Câmara cria brechas para o crime organizado. “Você vai complicar o impedimento para abrir brechas para o bandido atuar, ao invés de combater os órgãos que atuam contra a corrupção e o crime organizado? É uma contradição, e nós temos que resolver”, acrescentou.

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Menos recursos

Na avaliação do ministro da Fazenda, a manutenção por Derrite da divisão dos recursos confiscados de facções, quando houver atuação conjunta de órgãos federais e estaduais, reduz verbas para áreas estratégicas no combate ao crime organizado. O deputado, relator da proposta na Câmara, concordou em migrar os valores para o Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP).

No entanto, o governo argumenta que outros fundos federais, como o Fundo Nacional Antidrogas (Funad) e o Fundo para Aparelhamento e Operacionalização das Atividades-Fim da Polícia Federal (Funapol), perderiam recursos. Haddad afirmou que o substitutivo aprovado também enfraquece a Receita Federal, especialmente na atuação aduaneira.

“Por melhor que tenha sido a intenção, ela vai na direção absolutamente contrária do que se pretende. Ela facilita a vida dos líderes do crime organizado e asfixia financeiramente a Polícia Federal e fragiliza as operações de fronteira da aduana, que é da Receita Federal. Então nós estamos realmente na contramão do que nós precisamos”, disse.

O ministro avaliou ainda que o texto cria “expedientes frágeis” que podem ser usados por advogados de criminosos para anular investigações. Ele citou impacto negativo em três operações em andamento: o combate a fundos financeiros usados para lavagem de dinheiro, a atuação contra a máfia do combustível no Rio de Janeiro e o enfrentamento a fraudes no sistema bancário.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também se manifestou e afirmou que o texto aprovado “enfraquece o combate ao crime e gera insegurança jurídica”.

Posição da Polícia Federal

A Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) reconheceu avanços no projeto, mas apontou retrocessos, especialmente na retirada do Funapol, fundo destinado ao aparelhamento da PF, como destinatário dos bens confiscados.

A entidade pediu que o Senado faça um debate “mais técnico, sem interferências políticas e ideológicas”.

Defesa do projeto

O relator Guilherme Derrite rebateu as críticas. Ele acusou Haddad e o PT de criarem “mentiras para estabelecer uma narrativa eleitoral desonesta”. Derrite, que se licenciou do cargo de secretário de Segurança Pública de São Paulo para relatar o texto, afirmou que o projeto enfrenta o crime organizado com “a lente da realidade”.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, comemorou a aprovação e disse que o Brasil decidiu enfrentar o problema “pela lente da realidade, não da ideologia”. Segundo ele, o texto endurece penas, retira benefícios e fortalece a capacidade de asfixia financeira das facções.

Principais pontos

A Câmara aprovou o texto-base por 370 votos a 110, com três abstenções. A proposta havia sido enviada originalmente pelo Executivo, mas sofreu modificações profundas durante a tramitação, o que elevou a tensão entre o governo e a base de apoio ao projeto. A matéria segue agora para o Senado Federal, onde será relatada pelo senador Alessandro Vieira (MDB-SE).

O projeto promove um novo marco legal para o enfrentamento a facções criminosas, com endurecimento de penas, ampliação de hipóteses de bloqueio de bens e mudanças na repartição de valores confiscados.

Destinação de bens apreendidos: quando a investigação for estadual, os bens passarão a integrar o Fundo de Segurança Pública do estado. Se a Polícia Federal participar da operação, os valores irão para o Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP). O governo federal argumenta que a regra descapitaliza fundos sob responsabilidade da União, como o Funad e o Funapol.

Endurecimento de penas: o relator incluiu aumentos expressivos nas penas para crimes cometidos por integrantes de facções. Homicídio doloso, por exemplo, pode chegar a 40 anos de prisão. Casos de sequestro, roubo e extorsão também tiveram elevação significativa. Crimes como ameaça, antes punidos com detenção, passam a ter pena de reclusão.

Bloqueio de bens e restrição de benefícios: o texto autoriza o bloqueio de todos os tipos de bens, inclusive criptomoedas e cotas societárias, ainda na fase de investigação, por decisão judicial ou a pedido do Ministério Público. Também proíbe concessão de anistia, graça, indulto, fiança e liberdade condicional a integrantes de organizações criminosas.

Proposta rejeitada: uma tentativa do PL de incluir a equiparação de facções criminosas ao terrorismo foi rejeitada. Derrite argumentou que o tema não tinha relação com o projeto original enviado pelo Executivo.

Fonte: Agência Brasil

STF suspende lei sobre transporte aéreo de animais de apoio emocional

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O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira (19) manter a suspensão da lei do estado do Rio de Janeiro que regulamentou o transporte de animais de apoio emocional na cabine de voos nacionais e internacionais que decolam ou pousam nos aeroportos do estado.

O plenário confirmou a liminar do ministro André Mendonça, que, em novembro do ano passado, determinou a suspensão da Lei Estadual 10.489 de 2024. O ministro atendeu ao pedido da Confederação Nacional do Transporte (CNT) e entendeu que somente o Congresso pode aprovar regras sobre o transporte aéreo de passageiros.

Na sessão de hoje, os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Luiz Fux, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Edson Fachin também consideraram a lei inconstitucional.

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Entenda

A lei fluminense definiu que as companhias aéreas devem transportar de forma gratuita animais de assistência emocional, como cães e gatos. 

A norma também definiu que as aéreas podem recursar o embarque de animais que não podem ser acomodados na cabine em razão do peso, raça ou tamanho. Elas também não são obrigadas a aceitar répteis, aranhas e roedores.

Como é hoje

Atualmente, o transporte de animais de apoio emocional depende de cada companhia aérea, portanto, não é obrigatório. O serviço é pago.  

De acordo com regras da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), as companhias podem negar o transporte de animal de estimação ou de assistência emocional por falta de espaço na aeronave ou em situações que gerem riscos à segurança do voo.

No caso de cães-guia, utilizados por pessoas com deficiência visual, o transporte aéreo já é permitido em todo o país e é gratuito.

Fonte: Agência Brasil