A direita de Pernambuco vive uma implosão interna que paralisa qualquer tentativa de reconstrução.
Em 2025, o campo conservador do Estado chega ao limite da fragmentação, enquanto Recife — administrada há décadas por gestões de esquerda — continua perdendo população, força econômica e relevância política.
No centro dessa crise está a sabotagem interna ocorrida em 2021, quando a queda do então presidente do movimento União por Pernambuco, Luiz Carlos Belém, desencadeou um efeito dominó que até hoje impede a reorganização da direita.
Pernambuco entre 1960 e 2025: uma direita sem raízes e uma esquerda dominante
Por décadas, Pernambuco alternou breves momentos de conservadorismo difuso com longos ciclos de hegemonia da esquerda, especialmente após os governos Arraes e Eduardo Campos.
Enquanto a esquerda se profissionalizou, formou quadros, fortaleceu máquinas partidárias e se consolidou no Recife, a direita permaneceu dividida, reativa e sem estratégia.
O cenário mudou em 2018 — e desabou logo em seguida.
2018: O choque Bolsonaro expõe o potencial — e os vícios — da direita pernambucana
Com a eleição de Jair Bolsonaro, Pernambuco viu surgir dezenas de movimentos conservadores:
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Aliança por Pernambuco
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Endireita Recife
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Endireita Pernambuco
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B38
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Grupos independentes por todo o Estado
Havia massa política.
Havia militância real.
Havia entusiasmo.
Mas faltava o essencial: unidade, disciplina e liderança estratégica.
2020: A eleição perdida por divisão que entregou o Recife ao PSB
A prefeitura do Recife em 2020 foi o retrato fiel do problema:
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Gilson Machado apoiou Delegada Patrícia Domingos
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Lideranças locais da direita apoiaram Mendoncinha
Resultado: perderam no primeiro turno por falta de união.
João Campos venceu e consolidou a força da esquerda na capital — força que permanece em 2025.
União por Pernambuco: a promessa de unificação que foi sabotada
Para enfrentar a fragmentação, nasceu o União por Pernambuco, idealizado por Luiz Carlos Belém e Fernando Caldas.
O movimento tinha um diferencial único no Estado: o presidente estava proibido de concorrer a cargos eletivos, garantindo neutralidade e evitando disputas internas.
O projeto cresceu, mobilizou a base conservadora e atingiu o auge em 2021, durante a visita de Jair Bolsonaro ao Recife, quando pela primeira vez todos os grupos da direita marcharam juntos.
Mas esse momento durou pouco.
A sabotagem de 2021: o golpe interno que destruiu o movimento e ainda destrói a direita em 2025
Quando Belém foi convidado para assumir uma diretoria técnica em Brasília — fruto de sua trajetória profissional, não da política — uma ala do movimento iniciou uma rebelião interna:
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acusaram Belém de uso político do movimento
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ignoraram que ele financiou e estruturou o grupo
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distorceram sua trajetória
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e exigiram sua renúncia
Esses líderes, que articularam sua queda, são os mesmos que até hoje sabotam qualquer tentativa de reorganização da direita pernambucana.
Dividem grupos, criam facções, tentam destruir lideranças emergentes e impedem que qualquer projeto de unidade avance.
O resultado é a implosão total do movimento — e a incapacidade da direita de se recompor.
2025: Pernambuco sem líderes, sem projeto e sem alternativa real à esquerda
O Estado chega ao novo ciclo eleitoral sem nomes competitivos no campo conservador:
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Raquel Lyra não representa a direita
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Anderson Ferreira e Gilson Machado se neutralizaram
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Silvio Costa Filho integra o governo Lula
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Dudu da Fonte opera no centro
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André de Paula aderiu ao lulismo
A direita pernambucana não tem voz majoritária, não tem liderança, não tem unidade.
Recife: a capital que encolhe e simboliza a má gestão da esquerda
Enquanto capitais brasileiras crescem, Recife perde população.
A cidade sofre com:
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estagnação econômica
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falta de inovação administrativa
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má gestão urbanística
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insegurança
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fuga de investimentos
Sem oposição organizada, a esquerda governa sem contestação.
Luiz Carlos Belém em Brasília: uma das principais articulações conservadoras do Congresso
Apesar da sabotagem interna, Luiz Carlos Belém se consolidou em Brasília.
Em apenas quatro anos na capital federal, tornou-se uma das pessoas com maior penetração dentro do Congresso Nacional, transitando entre gabinetes, comissões e líderes partidários com rara eficácia.
Belém atua como articulador de pautas conservadoras, ajudando a destravar projetos e mantendo diálogos que parlamentares experientes não conseguem sustentar.
Ele resume seu papel:
“Podemos trabalhar sem mandato. Existem outros caminhos para atuar e manter a esperança viva.”
Belém representa o oposto do que destrói a direita pernambucana:
trabalho, consistência, articulação e ausência de vaidade.
Conclusão: A direita pernambucana não perde para a esquerda — perde para ela mesma
Pernambuco já foi referência nacional.
Hoje, perde espaço, perde força e perde tempo.
A esquerda avança porque tem estrutura.
A direita recua porque tem sabotadores.
Enquanto aqueles que destruíram o Movimento União por Pernambuco continuarem repetindo o mesmo comportamento de 2021, não haverá reconstrução possível.
Pernambuco não sangra por falta de conservadores.
Sangra pela incapacidade deles de se unir.
