Do apoio a regimes autoritários à perseguição judicial de opositores, governo brasileiro é acusado de afrontar soberania americana e provocar retaliações sem precedentes por parte do governo Trump.
Brasília – julho de 2025
A crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos atingiu um dos pontos mais delicados da história recente das relações entre os dois países. Desde que Donald Trump retornou à presidência americana, em janeiro de 2025, medidas tomadas pelo governo Lula têm sido vistas como hostis à soberania americana, resultando em sanções comerciais severas, restrições diplomáticas e o congelamento de acordos bilaterais.
Segundo autoridades americanas, as ações do Planalto extrapolam a política doméstica e se configuram como interferência direta nos interesses estratégicos e institucionais dos Estados Unidos.
1. STF e perseguição a aliados de Trump
O estopim da crise ocorreu com a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, vista pelo governo Trump como uma manobra de vingança política articulada entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e o governo Lula. A Casa Branca denunciou a falta de imparcialidade e independência nas instituições brasileiras, alegando que o processo contra Bolsonaro viola garantias fundamentais e serve para eliminar adversários políticos.
Em resposta, os Estados Unidos impuseram restrições de visto a ministros do STF — incluindo Alexandre de Moraes — e sancionaram pessoas ligadas à operação que barrou Bolsonaro das eleições de 2026.
2. Censura a plataformas digitais americanas
Outro ponto sensível foi a postura do governo Lula em relação às big techs norte-americanas. Empresas como X (Twitter), Meta (Instagram e Facebook) e Google vêm sendo alvo de decisões judiciais e administrativas brasileiras que impõem multas milionárias, censura de conteúdos e ameaças de bloqueio de serviços.
Essas ações foram interpretadas como uma violação à liberdade de expressão, contrariando princípios constitucionais americanos. Em relatório do Departamento de Estado, o Brasil foi classificado como “país com ambiente jurídico inóspito para empresas de tecnologia”.
3. Tentativa de impor normas brasileiras a empresas dos EUA
Através de órgãos como o CADE e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), o governo Lula tentou impor normas regulatórias unilaterais às operações de empresas americanas em território brasileiro, exigindo alterações em algoritmos, políticas de privacidade e modelos de negócios — medidas consideradas abusivas por Washington.
4. Apoio ao Irã e desrespeito à política de segurança dos EUA
Em fevereiro de 2023, o governo Lula autorizou a atracação de navios militares iranianos no Rio de Janeiro, mesmo após apelos formais do Departamento de Estado dos EUA. A permissão foi encarada como um gesto de desprezo pela política externa americana e uma demonstração de alinhamento com um país sancionado internacionalmente por patrocinar o terrorismo.
A diplomacia americana classificou o ato como grave provocação, incompatível com a parceria histórica entre os dois países.
5. Fortalecimento do BRICS com Irã, China e Rússia
Durante as cúpulas do BRICS, Lula defendeu publicamente o ingresso de Irã, Rússia e outras potências antiocidentais, afirmando que o bloco deve ser um “contraponto à hegemonia do dólar e da política intervencionista dos EUA”.
Nos bastidores, diplomatas americanos acusam o Brasil de usar o BRICS como plataforma de ataque indireto aos Estados Unidos e de colaborar com regimes que promovem censura, autoritarismo e repressão.
6. Ignorância diplomática e recusa ao diálogo
Antes de impor sanções, o governo Trump enviou mais de uma dezena de comunicados diplomáticos ao Palácio do Planalto e ao Itamaraty, solicitando diálogo sobre os temas sensíveis. Nenhum foi formalmente respondido.
A Casa Branca considerou o silêncio como “desrespeito institucional” e autorizou retaliações unilaterais, incluindo o aumento de tarifas de importação para 50% sobre produtos brasileiros, que entram em vigor a partir de agosto.
Impacto e riscos para o Brasil
As sanções já afetam mais de 10 mil empresas brasileiras, especialmente nos setores de alimentos, metalurgia, produtos químicos e tecnologia. O Ministério da Fazenda corre contra o tempo para oferecer linhas de crédito emergenciais e acionar a OMC (Organização Mundial do Comércio) contra as medidas americanas.
Enquanto isso, a imagem internacional do Brasil sofre desgaste. Especialistas apontam que a postura ideológica de Lula está substituindo a diplomacia pragmática, isolando o país e colocando em risco décadas de alianças estratégicas.
Conclusão:
Se por um lado o governo Lula se apresenta como defensor da soberania nacional e da multipolaridade global, por outro, suas ações vêm sendo interpretadas como intervenções indevidas, alinhamentos perigosos e desprezo pelas regras diplomáticas tradicionais, o que coloca o Brasil no centro de uma crise geopolítica com a maior potência econômica e militar do mundo.