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“Sou estuprado todos os meses”: o grito de desespero de um pai ignorado pelo Estado e violentado pelo sistema de saúde

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“Preciso manter vivo meu filho Lucas.” A frase ecoa como um grito surdo num país que virou as costas para seus próprios cidadãos. Um pai de família, trabalhador, com dois empregos – assim como a mãe de seu filho – pede socorro diante de um sistema que deveria protegê-lo, mas que se tornou seu algoz.

O Brasil vive uma silenciosa epidemia de negligência. E ela não está nos noticiários da grande mídia, tampouco nas pautas prioritárias do Congresso ou nas promessas dos gabinetes climatizados. Ela vive nas casas de milhões de brasileiros que, como este pai, enfrentam o colapso de um sistema de saúde privatizado, elitizado e imune à dor do povo.

Este homem, que prefere não ser identificado por medo de represálias, relata um cenário de horror: paga mais de R$ 5.000 por mês a um plano de saúde que prometia segurança, mas que oferece abuso. Seu filho, Lucas, é uma criança especial – autista e com paralisia cerebral – e necessita de acompanhamento médico contínuo, terapias e suporte especializado. Mas, na prática, o que recebe é o descaso.

“Sou estuprado todos os meses. Pago impostos, mas o hospital público não atende. Pago plano de saúde, mas os médicos se recusam a atender, exigem consultas particulares. Onde está o Estado? Onde está a justiça? Quem vai defender meu filho?”, desabafa.

O Lobby da Saúde: uma máquina que consome vidas

Este caso, infelizmente, não é isolado. A denúncia feita pelo pai escancara a impunidade dos planos de saúde, que reajustam mensalidades sem critério, impõem co-participações abusivas e deixam os mais vulneráveis sem alternativas.

Com um plano inicialmente cotado em R$ 1.600 mensais, o valor saltou repentinamente para R$ 2.000 e, no último mês, ultrapassou os R$ 5.000 reais, sem qualquer aviso ou justificativa plausível. Isso tudo em meio a um país onde o salário mínimo mal cobre as necessidades básicas de uma família.

“O Lobby da Saúde mata mais que a pandemia”, diz o pai. E ele não está errado. Enquanto órgãos reguladores fecham os olhos, enquanto a Justiça tarda ou falha, e enquanto políticos fazem vista grossa, milhões são arrastados para a miséria tentando salvar quem amam.

Silêncio institucional: cúmplice e criminoso

O mais estarrecedor, talvez, seja o silêncio. “Nem a polícia, nem os políticos, nem a ONU, nem a Globo… ninguém quer mexer com esse sistema”, denuncia. Uma sociedade inteira que assiste passivamente à destruição moral, emocional e financeira de seus cidadãos.

Vivemos num país onde ser pai de uma criança com deficiência é carregar uma cruz invisível. Um país onde a dor não mobiliza e onde a sobrevivência virou privilégio.

O preço da vida

Lucas não tem culpa. Ele é uma criança. E sua existência, como tantas outras, não pode ser medida por boletos ou por cláusulas contratuais obscuras.

“A vida dele tem valor ou preço?”, pergunta o pai. A pergunta deveria ecoar em cada gabinete público, em cada diretoria de operadora de saúde, em cada redação de jornal. Mas não ecoa. Fica engasgada, como tantas outras vozes que não têm palco nem proteção.

Brasil, até quando?

Quantos pais precisam gritar? Quantos filhos precisam morrer? Quantas famílias precisam ser destruídas até que alguém se levante?

Esta é mais que uma denúncia. É um pedido de socorro.

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