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Método Jabuticabense® de Política Externa

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Enquanto os Estados Unidos impõem tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros, ameaçando bilhões em exportações e milhares de empregos no agro, o governo brasileiro responde com… um convite para comer jabuticabas.

Não é exagero; ato presidencial!

A Índia — membro dos BRICS — seguiu outro caminho: negociou acordos bilaterais com Washington e garantiu taxas inferiores a 20% para seus produtos. Já a China, segunda maior potência mundial, após anunciar retaliação, chamou os EUA para a mesa e recuou, fechando acordo que reduziu suas tarifas para 10%.

O Brasil? Prefere frutas e hashtags.

No meio disso tudo, o embaixador da Rússia — aquela que costuma enfrentar sanções com gelo nos olhos — fez questão de esclarecer que a ideia de escantear o dólar nas transações do BRICS partiu de Lula. Em tradução diplomática:
“A Rússia não nada a ver com isso. A ideia foi do Lula. A Rússia só estava no recinto.”

Nosso embaixador nos EUA, por sua vez, até hoje não conseguiu sequer uma audiência com o Secretário de Estado norte-americano, sinal claro de que a diplomacia brasileira foi rebaixada à irrelevância geopolítica de um autêntico anão diplomático.

E em vez de negociar, o Planalto lançou a hashtag: “Brasil é soberano”.

Mas soberano em quê?

Soberano em fármacos? Não!

Soberano em tecnologia? Não!

Soberano em combustíveis? Também não!

Soberano em defesa? Muito menos!

Soberano em fertilizantes? Absolutamente não!
Importamos mais de 80% dos fertilizantes usados na produção agropecuária — o mesmo setor que hoje sustenta a balança comercial.

Trump, ao ser questionado, disse que vai conversar com Lula… mas ainda não decidiu quando, pode ser semana que vem, mesmo que vem, ano que vem…
Ou seja: o agro brasileiro seguirá exposto aos prejuízos dessa crise — enquanto a conversa, se vier, será apenas quando for conveniente aos EUA.

No sufoco nacional, o agro carrega tudo: empregos, câmbio, crédito — e agora, o peso simbólico da jabuticaba como emblema de uma diplomacia improvisada que mais parece carnaval do que estratégia.

E se for por fruta, que se vá até o fim:
só falta agora o presidente surgir com um turbante de abacaxi, melancia e banana na cabeça, à la Carmen Miranda, para ver se assim finalmente chama a atenção de Trump.

Mas o mundo real não dança rumba.

E quem vive dele — quem planta, colhe, exporta — precisa de diplomacia de Estado, e não de espetáculo, nem de hashtags.

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