Nos últimos meses, muitos relatórios e análises têm apontado “falhas de gestão” como as grandes vilãs do aumento de pedidos de Recuperação Judicial no setor agropecuário.
Mas será que o problema está mesmo “dentro da porteira”?
A verdade é que o produtor rural tem enfrentado um cenário extremamente adverso, com fatores que fogem ao seu controle:
Elevação expressiva da taxa de juros, que encarece o crédito e sufoca o fluxo de caixa;
Cortes e atrasos na subvenção ao prêmio do seguro rural, deixando produtores vulneráveis a perdas climáticas;
Alta do dólar, que pressiona o custo dos insumos (fertilizantes, defensivos, sementes);
Crises geopolíticas internacionais, que afetam mercados de exportação e alteram cadeias logísticas;
Barreiras comerciais disfarçadas de exigências ambientais, que dificultam o acesso a novos mercados.
Diante desse contexto, rotular os produtores como maus gestores é não apenas injusto, mas também simplista.
É evidente que a gestão deve ser aprimorada constantemente. Mas não se pode ignorar o peso das variáveis externas que, de forma cumulativa, têm pressionado a sustentabilidade econômica do agronegócio.
Afinal, o problema está mesmo dentro da porteira?
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