O Caso Luiz Carlos Belém é apenas mais um caso
Vivemos tempos em que o discurso sobre o combate à desinformação se transformou em um instrumento político. O caso envolvendo o economista e influenciador Luiz Carlos Belém é um exemplo claro de como o projeto Comprova e parte da mídia tradicional atuam de forma parcial, seletiva e ideológica para tentar descredibilizar vozes conservadoras sob o pretexto de “verificar fatos”.
No dia 26 de julho de 2022, o Metrópoles publicou uma matéria afirmando que Luiz Carlos Belém seria “autor” de um vídeo sobre Lula sancionando a lei do voto impresso em 2009. Pouco tempo depois, o Estadão, através do seu braço de checagem de fatos (Estadão Verifica), reforçou essa mesma narrativa.
O vídeo, evidentemente, é real e verdadeiro. A crítica, no entanto, se baseou no fato de que o vídeo não mencionava a posterior derrubada da lei pelo STF em 2013. Mas desde quando um conteúdo se torna “falso” por não incluir todas as consequências históricas de um ato legítimo?
O vídeo mostra um momento histórico e inquestionável: Lula sancionou a lei que previa o voto impresso. A derrubada posterior, realizada pelo STF sob argumentos altamente questionáveis, não anula esse fato. E, mais grave, essa decisão judicial foi envolta em suspeitas de manobra política, a ponto de ministros do Supremo terem que negociar diretamente com o Congresso para evitar uma reação mais contundente.
No entanto, nem o Comprova, nem o Metrópoles e tampouco o Estadão Verifica consideraram relevante explicar ao público esse contexto. Preferiram atacar quem repostou um vídeo verdadeiro, construindo a narrativa de que ele estava “desinformando”. Isso, para mim, é a verdadeira desinformação: quando veículos e agências escondem partes importantes da história, induzindo o público a uma interpretação enviesada.
E aqui entra o aspecto mais grave: o Comprova, que se apresenta como uma agência neutra, é financiado por entidades estrangeiras, incluindo o Google, a Meta e, principalmente, a Embaixada dos Estados Unidos. Não por acaso, essa mesma embaixada financia projetos semelhantes mundo afora, num movimento que ficou ainda mais evidente com os recentes escândalos envolvendo a USAID e sua atuação em processos eleitorais de outros países.
A pergunta que precisamos fazer é simples: quem financia o Comprova, e com quais interesses? O Comprova tem afirmado que seus financiadores não interferem no conteúdo — mas como confiar numa agência que escolhe sistematicamente desconstruir perfis conservadores, enquanto poupa figuras da esquerda de um rigor semelhante?
O caso de Luiz Carlos Belém é apenas mais um entre tantos outros em que a “checagem de fatos” foi utilizada como uma ferramenta de cancelamento político. Ao invés de promover um debate honesto e plural, o Comprova e veículos como o Metrópoles e o Estadão preferem reforçar a narrativa única, silenciando opiniões divergentes e rotulando como “enganoso” o que é simplesmente diferente ou incômodo ao status quo.
O mais irônico é que acusam Luiz Carlos Belém de desinformar, quando ele simplesmente compartilhou um vídeo real, sem adulteração. Quem, de fato, está enganando o público? Quem não informa sobre os bastidores políticos da decisão do STF? Quem omite os laços financeiros com potências estrangeiras?
Enquanto isso, o público é levado a crer que está protegido da desinformação, quando na verdade está sendo exposto a uma forma muito mais sutil e perigosa de manipulação: a que se esconde sob a bandeira da “verificação de fatos”.
Por tudo isso, acredito que está na hora de discutirmos, com seriedade, o verdadeiro papel das agências de checagem no Brasil. O Comprova não é imparcial. O Comprova não é neutro. O Comprova é parte de uma engrenagem que seleciona, cancela e molda a opinião pública, financiada por interesses que, muitas vezes, nem são brasileiros.
E enquanto não houver transparência total sobre esses interesses e uma revisão profunda dos métodos dessas agências, continuaremos assistindo ao triste espetáculo do cancelamento seletivo, disfarçado de “checagem de fatos”.
A farsa das agências de verificação não só destrói a imagem de sua suposta imparcialidade, como também acelera a decadência da velha mídia, já em processo de descrédito, justamente por sua militância ideológica de esquerda.
E, diante de tudo isso, fica a pergunta que a velha mídia e as agências de “checagem” evitam:
Quem vai reparar os danos causados?
Qual punição sofrerão essas agências que cancelam, expõem e difamam pessoas de forma tão leviana?
Nossa redação entrou em contato com Luiz Carlos Belém, diferentemente do que alegou o Comprova e o Metrópoles, que disseram não conseguir encontrá-lo. O contato foi feito de forma fácil. Em resposta, Belém afirmou:
“Meu trabalho consiste em levar a realidade dos fatos. Quando agências financiadas pelo ‘sistema’ se preocupam em desconstruir meu trabalho, isso mostra que estou no caminho certo. A velha mídia morreu e precisa cancelar aqueles que estão ocupando o espaço da notícia verdadeira. É triste, mas é a realidade!” — afirma Luiz Carlos Belém.
Enquanto essas respostas não forem dadas e providências não forem tomadas, seguirá o avanço silencioso e implacável da indústria do cancelamento, destruindo reputações, manipulando opiniões e minando a democracia sob o falso rótulo de “verificação de fatos”.
Matéria publicada:
https://www.estadao.com.br/estadao-verifica/lula-voto-impresso-stf-2013/?srsltid=AfmBOoqX6KNcdo988PrjDQYKEJ2B8O7plQT8v4JZyjl9TTO8mh8RRiEW
https://www.metropoles.com/projeto-comprova/lei-aprovada-por-lula-para-imprimir-voto-foi-derrubada-no-stf-em-2013