Washington, 19 de agosto de 2025
A Casa Branca foi palco, nesta terça-feira, de uma das reuniões mais aguardadas do cenário geopolítico mundial. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acompanhado de líderes europeus, para discutir o futuro do conflito contra a Rússia e possíveis caminhos para um acordo de paz.
Garantias de segurança no modelo OTAN
Entre os principais pontos do encontro, Trump sinalizou apoio à criação de garantias de segurança para a Ucrânia, a serem lideradas por países europeus, mas com a coordenação de Washington. O modelo foi comparado ao Artigo 5 da OTAN, que prevê resposta coletiva caso um Estado-membro seja atacado. Para Zelensky, esse passo é fundamental para evitar que o país volte a sofrer agressões de Moscou.
Cúpula trilateral com Putin
Outro destaque foi o anúncio de que Trump trabalha nos bastidores para organizar um encontro direto entre ele, Zelensky e Vladimir Putin. Embora ainda sem data confirmada, a proposta é vista como a primeira tentativa séria de colocar os três líderes na mesma mesa desde o início da guerra em 2022. Zelensky declarou abertura ao diálogo, mas reforçou que não aceitará concessões territoriais.
Divergência sobre o cessar-fogo
Enquanto líderes europeus insistiram que um cessar-fogo imediato deve ser a base para qualquer negociação formal, Trump adotou um tom mais cauteloso. O presidente norte-americano defendeu que a prioridade seja a construção de um acordo duradouro a longo prazo, evitando medidas que possam resultar em impasses temporários.
Zelensky, por sua vez, reiterou que Crimeia e Donbas não estão à venda. Para o líder ucraniano, aceitar a ocupação russa nessas regiões equivaleria a legitimar a agressão de Moscou.
Clima mais amistoso
Diferente da reunião de fevereiro, marcada por tensão e declarações duras, o encontro desta semana foi descrito como mais diplomático e cordial. Zelensky apareceu em trajes formais, e os gestos entre as delegações foram de respeito e colaboração.
Presença europeia de peso
Participaram da reunião o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, o presidente da França, Emmanuel Macron, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, além de líderes da Alemanha, Itália e outros países. O peso da representação europeia reforça o esforço internacional em buscar uma solução conjunta.
A reunião em Washington não produziu um acordo imediato, mas deixou claro que o eixo Trump–Zelensky–Europa busca consolidar um bloco de segurança para a Ucrânia. O anúncio de uma futura cúpula trilateral com Putin indica que os próximos meses podem ser decisivos para o desfecho da guerra.