O ABISMO DE LÁ E O ABISMO DE CÁ

Luiz Carlos Costa
Juvenal diz que o presidente da Argentina, Javier Milei, conseguiu realizar o que parecia impossível para uma nação à beira do abismo. Conseguiu estabilizar a moeda do país e o peso argentino valorizou 25% em relação ao dólar nos últimos três meses, uma métrica conhecida como “blue-chip swap” superando os ganhos de todas as outras 148 moedas em relação ao dólar. Bolsonaro e Paulo Guedes estavam neste caminho interrompido “pelas urnas”. A gente sabe que qualquer governo consegue fazer igual, desde que seja sério. Não é o nosso caso.
Milei, desde que assumiu o governo, em dezembro, controla com rigidez os gastos públicos, enquanto o Brasil gasta descontrolada e irresponsavelmente. Milei é corajoso, tem personalidade forte, enfrenta greves e manifestações com valentia e quando está irritado ou entusiasmado grita um palavrão “CARAJO”, e segue em frente. Sua luta principal era conter uma inflação que atingiu quase 300% ao ano. Está conseguindo. Ele se refere aos cortes de gastos de lá como “os maiores da história da humanidade” e representam quase 4% do PIB do país. Por aqui, as despesas crescem a cada dia e de maneira irresponsável. O que Milei está fazendo por lá, é apenas uma gestão séria que qualquer um pode fazer se for um governo responsável, corajoso, transparente, sem corrupção e com políticos sérios. Não é o nosso caso. O abismo que estava lá está se transferindo para cá. “CARAJO”