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Redes sociais afetam a saúde mental de jovens

O universo digital de baixa empatia pode provocar depressão e até o autoextermínio
A Organização Pan-Americana de Saúde define que a adolescência é um período crucial para o
desenvolvimento e manutenção de hábitos sociais e emocionais importantes para o bem-estar
mental. Estes incluem: a adoção de padrões de sono saudáveis; exercícios regulares;
desenvolvimento de enfrentamento, resolução de problemas e habilidades interpessoais; e
aprender a administrar emoções. Ambientes de apoio na família, na escola e na comunidade em
geral também são importantes.
Nessa fase, a maioria dos adolescentes tem uma boa saúde mental, entretanto, múltiplas
mudanças físicas, emocionais e sociais, incluindo a exposição à pobreza, abuso ou violência,
podem tornar os adolescentes vulneráveis aos mais variados transtornos mentais. Aliada a esses
aspetos, a presença exagerada no universo digital, como redes sociais, jogos e aplicativos
diversos, pode provocar em muitos jovens a depressão e o suicídio.
Dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, mostram
que houve uma piora significativa nos sinais de insatisfação e depressão entre o público mais
jovem na última década. O estudo mostra que quase três em cada cinco meninas adolescentes
sentiram uma “tristeza persistente” em 2021, o dobro da taxa de meninos. E que uma em cada
três meninas considerou tentar o suicídio.
Os pesquisadores americanos Jonathan Haidt e Greg Lukianoff explicam que o universo
onipresente da tecnologia e das redes sociais promove uma perda dos vínculos sociais e uma
rápida migração da sociabilidade cotidiana para um universo digital de baixa empatia,
produzindo um impacto negativo na saúde mental dos alunos, aumentando as chances de piora
de seu desempenho nas universidades.
No Brasil, o número de suicídios de jovens cresceu nos últimos anos. Segundo o Ministério da
Saúde, de 2016 para 2021, a taxa de mortalidade por cem mil pessoas relacionada ao
autoextermínio aumentou 45% na faixa de 10 a 14 anos e 49,3% na de 15 a 19 anos, contra
17,8% na população em geral. Também não se trata de um desafio exclusivamente brasileiro. De
acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o suicídio é a quarta causa de morte mais
recorrente entre pessoas de 15 a 29 anos.
A psicóloga Mônica Falcão Caldas, diretora geral da Rede de Saúde Mental Verse, em Brasília,
explica que promover o bem-estar psicológico e proteger os jovens de experiências adversas e
fatores de risco que possam afetar seu potencial de prosperar não são apenas fundamentais
para seu bem-estar, mas também para sua saúde física e mental na vida adulta.
“O suicídio infantojuvenil é um problema de saúde pública provocado por vários fatores e de
alta complexidade. Não é um problema só de um sujeito ou de determinada família”, afirma
Mônica.
Ela acrescenta que no hospital de saúde mental Verse, que dispõe de uma equipe especializada
para o tratamento de adolescentes, também localizado na capital federal, dos treze pacientes
menores de idade internados, sete tentaram suicídio. O que corresponde a 60 % do total dos
adolescentes internados.
“A pré-adolescência e a adolescência são fases de muitas mudanças. É um período que requer
muita atenção e cuidado. A criança, além de passar por mudanças no seu corpo, experimenta
sensações e sentimentos conflituosos, acreditando muitas vezes que não está à altura da
expectativa da família, que não é bom e perfeito o suficiente, fatores estes que podem gerar
uma grande ansiedade”, explica a psicóloga.
Taxa de suicídio aumentou 23,8% no DF
O Distrito Federal não figura entre as unidades federativas nas quais constam as maiores
quantidades absolutas de suicídio, todavia, entre as causas de mortes na região, o suicídio está
como a terceira maior causa. A causa de morte violenta suicídio se aproxima da quantidade de
homicídios. De 2021 para 2022 a causa homicídio diminuiu 11,8%, enquanto o suicídio
aumentou 23,8%. Nesse período, para cada 10 ocorrências de crimes de mortes, a Polícia Civil
do DF teve que apurar 2 casos de suicídio. A média mensal de registros passou de 16 para 19,
com uma frequência recorrente ao longo dos dias.
Campanha Setembro Amarelo
Em 2013, Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), deu
notoriedade e colocou no calendário nacional a campanha internacional Setembro Amarelo. E,
desde 2014, a ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgam e
conquistam parceiros no Brasil inteiro com a campanha.
O dia 10 deste mês é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a iniciativa
acontece durante todo o ano. Atualmente, o Setembro Amarelo é a maior campanha anti
estigma do mundo! Em 2023, o lema é “Se precisar, peça ajuda!” e diversas ações já estão sendo
desenvolvidas.
Busque ajuda no Centro de Valorização da Vida (CVV), disponível 24 horas pelo telefone 188. Em
caso de emergência médica, chame o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) pelo
192

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